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Vice-presidente volta a atacar monitoramento do Inpe

Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil

20 set 20

Governo declara guerra ao Inpe por monitorar desmatamento

O vice-presidente Hamilton Mourão acusou funcionários do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) de fazer oposição ao governo federal. Segundo Mourão, em declaração dada no dia 15 de setembro, dados positivos sobre a redução de queimadas não seriam divulgados pelo instituto, órgão federal responsável por monitorar o desmatamento no país. “Alguém ali de dentro faz oposição ao governo. Eu estou deixando muito claro isso aqui”, disse. Para o militar, dados oficiais mostram que, até o final de agosto, o país registrou 5 mil focos de incêndio a menos que no mesmo período do ano passado. Porém, informações do Inpe para os primeiros 14 dias de setembro contrariam o discurso do vice, mostrando que houve mais queimadas na Amazônia no período (20.485 focos) do que em todo mês de setembro de 2019 (19.925 focos). 

 

Segundo especialistas na área de monitoramento florestal, o sistema implantado pelo Inpe no Brasil é único no mundo, permitindo acompanhamento em tempo real, transparência dos dados e participação da sociedade civil. 

 

Além dos ataques vindos da presidência, em um processo no Tribunal de Contas da União (TCU) o sobre a compra de imagens de satélite, a Polícia Federal, declarou, em ofício, que o Inpe provoca desinformação contra novas iniciativas de monitoramento para não perder a hegemonia da narrativa e do conhecimento do desmatamento no Brasil. A PF ainda acusou o trabalho do Inpe de ser insuficiente e de não atender a segurança pública. No dia 19, a ministra Ana Arraes, do TCU, suspendeu o contrato da PF com a empresa de satélites Planet, alegando que o sistema não agrega vantagens em relação à tecnologia já usada pelo Inpe. O acordo da PF com a Planet custou R$ 49 milhões e foi bancado pelo Ministério da Justiça.

Três dias depois, o Ministério do Clima e Meio Ambiente da Noruega anunciou a assinatura de um contrato internacional com a Kongsberg Satellite Services que, juntamente com as empresas Planet (a mesma da Polícia Federal) e Airbus fornecerá acesso universal e gratuito ao monitoramento por satélite das florestas tropicais no mundo, incluindo o Brasil. Segundo o governo norueguês, a Planet fornecerá mapas de alta resolução e dados atualizados mensalmente, de forma gratuita para visualização e download, conforme informe do portal O Eco

Fontes
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