31 dez 20
Aeronáutica compra satélite de R$ 175 milhões para a Amazônia sem licitação e com contrato sigiloso
A Aeronáutica brasileira assinou um contrato de US$ 33,8 milhões – cerca de R$ 175 milhões, considerando o câmbio de 30 de dezembro – com uma empresa finlandesa para a compra de uma satélite, sem licitação, cujo contrato foi classificado como “reservado”, conforme justificativa dada à corporação ao pedido de acesso feito jornalista Rubens Valente, do UOL.
Além das irregularidades envolvidas no processo e da eficácia questionável do dispositivo para o monitoramento da floresta, o cientista Gilberto Câmara, diretor do Inpe entre 2005 a 2012, chama a atenção para a possível motivação política da compra. “É uma conversa mal explicada e que só tem, para mim, uma justificativa: os militares querem dizer que também têm a capacidade de medir o desmatamento para eventualmente desconsiderar o dado do Inpe. Para mim é a mesma história, que já vem de algum tempo. O dado do desmatamento incomoda os militares, que querem ter o controle sobre ele. Esse gasto não se justifica, é um absurdo. No país da covid-19 estamos jogando fora R$ 175 milhões quando o governo não tem nem seringa para dar vacina”, declarou ao UOL.
Como pano de fundo da fala de Câmara estão os constantes ataques de militares e outras figuras do governo, incluindo o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, contra o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais em função dos dados fornecidos pela entidade sobre o desmatamento da Amazônia.
31 dez 20
Em três dias, Governo federal flexibiliza regras sobre recifes artificiais e revoga item polêmico em seguida
3 jan 21
Bolsonaro cumpre promessa e paralisa demarcação de terras indígenas