7 dez 22
Clima extremo e ausência de prevenção deixam pelo menos 22 mortos e milhares de desabrigados pelas chuvas torrenciais em 8 estados do Brasil
Entre novembro e o começo de dezembro, pelo menos 22 pessoas morreram em 8 estados brasileiros por falta de planejamento para a temporada de chuvas. Cerca de 22,8 mil pessoas estão desalojadas, enquanto outras 3.171 estão desabrigadas. O levantamento foi feito pela Agência CNN com base em dados divulgados pelas Defesas Civis estaduais.
Os estados de Santa Catarina, Paraná, Sergipe, Espírito Santo, Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro sofrem com deslizamentos, inundações e quedas de energia em decorrência de volumes atípicos de chuva e despreparo das autoridades para os eventos extremos que aumentam de frequência com as mudanças climáticas.
O mês de novembro ficou marcado por episódios meteorológicos fora do padrão para o período, com frio atípico no início do mês, seguido de chuva forte, antecipando a temporada de chuvas fortes de verão. A previsão para o mês de dezembro é que os temporais mantenham um alto volume e as temperaturas subam pelo Brasil.
Uma pesquisa do Observatório dos Desastres Naturais mostrou que, nos últimos 10 anos, os óbitos causados por falta de prevenção ao excesso de chuvas e suas consequências no Brasil somaram 1.756. As vidas perdidas por inundações até setembro deste ano já chegam a 457, o que representa mais de 25% do total de mortes na década.
- No final de 2021, a Bahia sofreu outra emergência climática.
- Em fevereiro e março de 2022, Petrópolis e a região serrana do Rio de Janeiro foram atingidas por um volume de chuva atípico.
- Em abril, foi a vez do estado de São Paulo.
- Em junho, chuvas torrenciais atingiram Pernambuco.
Apesar disso, Bolsonaro cortou 99% da verba destinada a enfrentamento de desastres naturais para 2023. O Ministério de Desenvolvimento Regional reduziu o orçamento de obras emergenciais de mitigação de desastres de R$ 2,8 milhões para R$ 25 mil. Para a execução de projetos e obras de contenção de encostas em áreas urbanas, houve um corte de 94% do recurso, de R$ 53,9 milhões para R$ 2,7 milhões. “A quantidade que era destinada já era pequena diante do montante necessário para as obras de mitigação. Então, o que já era pouco, ficou ainda menor”, pontua o professor Pedro Luiz Côrtes do Instituto de Energia e Ambiente da USP.
Além das mortes que poderiam ser evitadas, o colapso climático também traz prejuízos econômicos significativos. Um levantamento da Swiss Re estimou em US$ 260 bilhões os prejuízos decorrentes dos eventos climáticos extremos que ocorreram em 2022 em todo o mundo.
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