Novas imagens de Yanomami em situação dramática repercutiram nesta sexta-feira (09/12/2022). Elas revelam moradores da comunidade Kataroa acometidos por desnutrição aguda grave. Kataroa fica na região de Surucucu, no município de Alto Alegre, norte de Roraima.
A crise sanitária resulta da combinação fatal da invasão garimpeira, descaso do governo federal e casos de corrupção, com desvio de recursos da saúde indígena. A invasão garimpeira causa a contaminação dos rios e degradação da floresta, o que reflete na saúde dos Yanomami, principalmente crianças, que enfrentam a desnutrição por conta do escasseamento dos alimentos.
Em novembro, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) realizaram uma operação contra uma fraude na compra de remédios destinados ao Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y). Entre os alvos da operação Yoasi estão empresários e servidores do Distrito de Saúde Indígena Yanomami (Dsei-Y), órgão do Ministério da Saúde responsável pela saúde indígena Yanomami. De acordo com as investigações, o esquema criminoso deixou pelo menos 10 mil crianças indígenas sem medicamentos.
Sob Bolsonaro, os Yanomami sofrem com o maior índice de mortes por desnutrição infantil do país. Com apenas 0,013% da população brasileira, os Yanomami tiveram 7% de mortes por desnutrição infantil entre 2019 e 2020 – 24 crianças morreram. De acordo com a Agência Pública, mais de 50% das crianças Yanomami têm déficit de peso, e muitos postos de saúde Yanomami ficaram mais de um ano sem alimentação.
Na terça-feira (06), outro fato aumentou o alerta para o território. A Unidade Básica de Saúde Indígena de Homoxi (UBSI), na região de Homoxi, foi incendiada.
Em meio a esse grave quadro, PSOL e Urihi Associação Yanomami acusam o secretário de Segurança de Roraima de vazar operação contra garimpeiros na Terra Indígena Yanomami. O secretário de estado Edison Prola deu detalhes da operação que tem como alvo retirar os garimpeiros da maior reserva indígena do Brasil. Organizações registraram queixa-crime onde pedem que ele seja investigado por divulgar informação sigilosa.
Mulheres Yanomami pedem que Lula acabe com garimpos na reserva indígena: ‘Não queremos ficar chorando porque as pessoas morrem’. Carta assinada por 49 mulheres revela preocupação caso o governo federal não atue para frear ação de garimpeiros na maior terra indígena do país. Documento foi entregue nessa segunda-feira (12), dia em que Lula (PT) recebeu diploma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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