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Apib aciona STF e MPF contra abandono a proteção territorial pela Funai

Um terço das TIs brasileiras estão diretamente ameaçadas por ofício da Funai

Crédito: Apib

18 jan 22

Apib aciona STF e MPF contra abandono a proteção territorial pela Funai

A Articulação Nacional dos Povos Indígenas do Brasil entrou com uma petição na Arguição de Descuprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), contra a medida recente da Funai que excluiu Terras Indígenas (TIs) não homologadas das atividades de proteção (Ofício Circular nº 18/2021).

No texto, a Apib aponta “que o órgão indigenista oficial do Estado brasileiro, responsável pela implementação da política indigenista (política pública para povos indígenas), e que tem por missão precípua, a defesa dos direitos e interesses dos povos indígenas e suas terras, está adotando uma postura da defesa mínima, exatamente no momento político em que as terras indígenas estão sob o alvo de interesses políticos e econômicos que recaem sobre tais territórios”.

A ADPF 709 foi protocolada pela organização em julho de 2020, junto a seis partidos políticos, para denunciar a omissão do governo no contexto da pandemia da Covid-19 e demandar a elaboração de um plano emergencial para o controle da pandemia nos territórios indígenas.

Fontes:
2ª Marcha Nacional das Mulheres Indígenas ocupa Brasília

Mobilização reivindica a garantia dos direitos e vida dos povos indígenas.

Crédito: ANMIGA

7 set 21

2ª Marcha Nacional das Mulheres Indígenas ocupa Brasília

Organizada pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) e pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a 2ª Marcha Nacional das Mulheres Indígenas tomou Brasília durante a semana do 7 de Setembro.

O evento recebeu quatro mil participantes, de mais de 150 povos. Com o tema, a “Mulheres originárias: Reflorestando mentes para a cura da Terra”, o evento foi até 11 de setembro.

Em manifesto, a Marcha reafirmou o importante papel das mulheres indígenas no contexto especialmente vulnerável ao qual a população indígena  brasileira está submetida, em função da pandemia da Covid-19 e da agenda anti-intígena do atual governo. “Em virtude das constantes violações de direitos, aprofundadas no contexto da pandemia, é urgente fortalecer a contribuição dessas defensoras, qualificando e ampliando suas ações nos espaços de participação política e decisória e apoiando a participação qualificada das Mulheres Indígenas como protagonistas e multiplicadoras”, diz o texto.

Entre as pautas da mobilização, está o acompanhamento do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode derrubar a “tese” ruralista do marco temporal. A  ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, com repercussão geral, deve ser votada dia 8 de setembro.

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Apib lança dossiê internacional sobre crimes do governo Bolsonaro contra povos indígenas

Há um projeto anti-indígena em curso, afirma organização

Crédito: Reprodução via Instituto Socioambiental

16 ago 21

Apib lança dossiê internacional sobre crimes do governo Bolsonaro contra povos indígenas

O discurso de ódio fomentado pelo presidente Jair Bolsonaro e sua base é o combustível do projeto violento e cerceador de direitos a qual a população do Brasil tem sido submetida nos últimos anos. A afirmação introduz o “Dossiê internacional de denúncias dos povos indígenas do Brasil 2021”, lançado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). 

O documento reúne ” informações relevantes para demonstrar que está em andamento um amplo e abrangente projeto anti-indígena, que é orquestrado com a participação direta do Poder Executivo, avança a passos largos no Congresso Nacional e ronda decisões que passam pelas mãos dos ministros da Suprema Corte Brasileira, o Supremo Tribunal Federal (STF), e também por outras instâncias do Poder Judiciário”, diz o texto. As ameaças apresentadas foram categorizadas em “Institucionais” e “socioambientais”.

Em matéria sobre o dossiê, o Brasil de Fato reuniu algumas das principais medidas anti-indígenas que avançam no Congresso, como o Projeto de Lei 2.633/2020 , apelido por seus críticos de “PL da Grilagem”, e a validade ou não da “tese” do marco temporal, que ameaça gravemente a demarcação de terras indígenas.

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Bolsonaro é denunciado por genocídio em Haia por equipe de advogados indígenas

Ação foi protocolada em 9 de agosto, Dia Internacional dos Povos Indígenas

Crédito: Leo Otero/Greenpeace

9 ago 21

Bolsonaro é denunciado por genocídio em Haia por equipe de advogados indígenas

Pela primeira vez na história, indígenas recorreram diretamente ao Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia para denunciar um governo por genocídio. A ação contra Bolsonaro foi protocolada por um grupo de advogados indígenas liderado por Eloy Terena, representando a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), da qual é coordenador jurídico.

“Acreditamos que estão em curso no Brasil atos que se configuram como crimes contra a humanidade, genocídio e ecocídio. Dada a incapacidade do atual sistema de justiça no Brasil de investigar, processar e julgar essas condutas, denunciamos esses atos junto à comunidade internacional, mobilizando o Tribunal Penal Internacional”, declarou Terena.

Desde 2019, indígenas do Brasil têm sofrido com o aumento recorde de crimes ambientais e casos de violações de direitos. Vítima da negligência do governo durante a pandemia da Covid-19, há quase 58.142 casos confirmados da doença entre a população indígena e 1.175 mortes, a maior em proporção em qualquer segmento demográfico, segundo dados da Apib atualizados em 12 de agosto.

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ONU cobra governo Bolsonaro por "escalada de violência" contra os povos Yanomami e Munduruku

Relatores criticam PL que regulariza mineração em terras indígenas


Crédito: Foto Ninja

28 jul 21

ONU cobra governo Bolsonaro por “escalada de violência” contra os povos Yanomami e Munduruku

Uma carta encaminhada ao Itamaraty no dia 28 de maio, assinada por oito relatores especiais da ONU, cobrando respostas do governo Bolsonaro diante da “escalada de violência” contra os povos Yanomami e Munduruku, tornou-se pública na última semana.

O texto chama a atenção para o caso da bacia do Tapajós, vítima avanço desenfreado do garimpo ilegal, e também menciona o ataque de garimpeiros na Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn, grupo contrário à mineração ilegal em terras indígenas, no município de Jacareacanga, sudoeste do Pará, em março de 2021.

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Em 2021, Funai utilizou menos de 1% da verba de combate à Covid-19

Mais de mil indígenas morreram com a doença, segundo a Apib

Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

21 jul 21

Em 2021, Funai utilizou menos de 1% da verba de combate à Covid-19

No primeiro semestre de 2021, a Fundação Nacional do Índio (Funai) executou menos de 1% da verba destinada ao combate da Covid-19 entre a população indígena. Dos R$ 41,048 milhões disponibilizados pelo governo para a aplicar em ações de “Enfrentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional Decorrente do Coronavírus”, a Funai utilizou, entre janeiro e  junho, somente R$ 383 mil. Os dados constam no Siga Brasil, sistema de informações sobre orçamento público federal, e foram compilados pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).

Em nota, a Funai considerou a reportagem “sensacionalista e leviana” e declarou que “​​vem adotando todas as medidas que se encontram ao seu alcance no enfrentamento ao coronavírus”.

Contudo, a negligência do governo federal na elaboração e execução de um plano de enfrentamento da Covid-19 nos territórios indígenas tem sido denunciada desde do início da pandemia e foi alvo de ação no Supremo Tribunal Federal (STF), a exemplo da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, ajuizada pela Articulação Nacional dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Segundo a organização, já são mais de 1.000 mortes de indígenas pela doença.

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Guerreiro Karapiru Awá Guajá, sobrevivente do massacre de seu povo, morre de Covid-19

História de resistência de Karapiru foi retratada no filme “Serras da Desordem”, lançado em 2006

Crédito: Fiona Watson/Survival International

16 jul 21

Guerreiro Karapiru Awá Guajá, sobrevivente do massacre de seu povo, morre de Covid-19

Morreu, no dia 16 de julho no Maranhão, Karapiru Awá Guajá (“Gavião”) do povo indígena Awa. Descrito como um hábil caçador, gentil e carinhoso, Karapiru sobreviveu ao massacre de seu povo, que foi assassinado  após a descoberta de jazidas de ferro em seu território ancestral. Os invasores mataram sua esposa, filho, filha, mãe, irmãos e irmãs.

Karapiru, então, viveu por 10 anos na floresta sozinho. Anos depois, após se abrigar numa fazenda, a Funai trouxe um intérprete para tentar comunicação com ele. Xiramukû, o tradutor, era seu filho que havia sobrevivido. Sua vida foi retratada no premiado filme, “Serras da Desordem”, de Andrea Tonacci.

Até o fim dos dias, Karapiru viveu na comunidade Awá de Tiracambu. Se casou novamente e ensinava com seu profundo conhecimento da floresta. Ele também sempre que possível se unia à protestos contra o avanço do extrativismo predatório sobre terras indígenas. Ele faleceu após contrair uma infecção de Covid-19.

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STF adia para agosto julgamento decisivo que discute demarcação de terras indígenas

Milhares de indígenas protestam em todo país contra retrocessos

Crédito: Tiago Miotto/Cimi

30 jun 21

STF adia para agosto julgamento decisivo que discute demarcação de terras indígenas

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou para agosto o julgamento do Recurso Extraordinário 1017365, previsto para 30 de junho, no âmbito da ação de reintegração de posse da Terra Indígena Ibirama-Laklãnõ, movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng.

O julgamento é considerado decisivo para o futuro das demarcações de terras indígenas no Brasil ao discutir a “tese” ruralista do “marco temporal”, que propõe restringir a demarcação das terras apenas às áreas que estavam sob posse indígena em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. A ação tem caráter de Repercussão Geral, o que significa que a decisão tomada pela Corte poderá impactar todos os processos envolvendo demarcação de Terras Indígenas no Brasil.

No atual contexto de aumento de violações contra territórios tradicionais e pautas anti-indígenas avançando no Congresso, como o PL 490, o adiamento foi lamentado pelo movimento indígena –  que desde o início de junho organiza o acampamento Levante Pela Terra para sensibilizar os ministros do STF e protestar contra as medidas que tramitam no legislativo.

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Yanomamis completam um mês sob ataques de garimpeiros em Roraima

Barco de garimpeiros no Rio Uraricoera, na região de Palimiú

Crédito: Rogério Assis/ISA

10 jun 21

Yanomamis completam um mês sob ataques de garimpeiros em Roraima

Organizações indígenas voltaram a denunciar a continuidade dos ataques de garimpeiros na Terra Indígena Yanomami (RR), que já completam um mês. Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), mesmo após a Justiça Federal determinar que o governo mantivesse agentes de segurança armados na comunidade Palimiú, as tropas não permaneceram no território.

Em 5 de junho, aponta a Hutukara Associação Yanomami (HAY), a comunidade Maikohipi foi alvo de bombas de gás lacrimogêneo lançadas por garimpeiros, armamento de uso autorizado apenas pelas forças de segurança pública e venda controlada pelo Exército. Três dias depois, o Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana denunciou que criminosos chegaram à comunidade Walomapi atirando contra os indígenas. Ouvido pelo portal Amazônia Real, Dário Kopenawa Yanomami, vice-presidente da HAY, relatou o clima de pânico que tem tomado a região. “As ameaças estão avançando. A região toda de Palimiú está correndo risco. Tem muitos garimpeiros. Estão subindo e descendo com uma intimidação muito grande. Tirando fotos, falando palavrões, mostrando armas de fogo, algo tem que ser feito, e tem que ser feito urgente. O povo está com medo, com muito medo”, relatou Kopenawa.

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Garimpo na Terra Indígena Munduruku cresce 363% no governo Bolsonaro

Garimpo também foi responsável pelo avanço da Covid-19 nas TIs

Crédito: Marcos Amend/Greenpeace

2 jun 21

Garimpo na Terra Indígena Munduruku cresce 363% no governo Bolsonaro

Durante o governo Bolsonaro houve um aumento de 363% da área degrada pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Munduruku, segundo levantamento do Instituto Socioambiental (ISA), o. Entre janeiro de 2019 e maio de 2021, 2.264,8 hectares da TI foram devastados pela atividade ilegal na região, próxima do município de Jacareacanga, no sudoeste do Pará.

Antonio Oviedo, assessor do ISA, atribui o aumento expressivo da destruição à conivência e estímulo do governo federal. “O aumento dos focos de garimpo está associado à diminuição na cobrança de multas pelo Ibama, disposição em acatar pleitos de abertura das Terras Indígenas para a mineração, atuação do Ibama no descumprimento da lei contra atividade madeireira ilegal, publicação de normativas que flexibilizam o licenciamento ambiental em TIs e alteram as regras de certificação de imóveis rurais em sobreposição com TIs, e outras tentativas formais de alteração do regime de proteção dos direitos indígenas”, declarou.

Em matéria d’O Globo sobre o estudo, o jornal apontou como o ministro Ricardo Salles interviu a favor dos garimpeiros que atuam na região.

Recentemente, as TIs Munduruku e Sai Cinza foram alvo da Operação Mundurukânia, deflagrada pela Polícia Federal em 25 de maio para combater o garimpo clandestino em terras indígenas. Após ataques sucessivos de garimpeiros  da região de Jacareacanga (PA) às comunidades, em retaliação ao trabalho da PF, a operação, prevista para acontecer até 10 de junho, foi encerrada com três dias de duração. Conforme divulgado pelo UOL, o Ministério da Defesa cancelou apoio à operação sob a alegação de falta de recursos, segundo ofício enviado dia 21 de maio ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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Garimpeiros armados atacam Terra Indígena Yanomami

Em 2020, invasão do garimpo no território aumentou 30%

Crédito: Chico Batata/Greenpeace

11 maio 21

Garimpeiros armados atacam Terra Indígena Yanomami

Na manhã do dia 10, garimpeiros armados em sete embarcações atacaram indígenas da comunidade Palimi ú, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Um vídeo obtido por lideranças mostra o momento exato dos disparos, provocando a fuga dos moradores, sentados à margem do rio Uraricoera. De acordo com associações locais, três garimpeiros morreram e outros cinco ficaram feridos. No dia seguinte, houve um novo ataque, dessa vez contra a equipe da Polícia Federal presente na TI para investigar o caso.

Segundo a apuração detalhada do portal Amazônia Real, os garimpeiros responsáveis pelo crime são ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).  Em áudios obtidos pela reportagem, um homem faz menção à presença da facção na TI e confirma que garimpeiros armados estavam em direção à comunidade para “pegar o pessoal que roubou combustível”, diz a matéria. O “roubo” se refere à intercepção de uma lancha de garimpeiros por indígenas yanomamis, dia 27 de abril, em que foram aprendidos 990 litros de combustível.

Junior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye´kuana (Considi-Y), disse à matéria que a comunidade acredita que o ataque é uma represália à barreira sanitária instalada no território, posicionada de forma a bloquear o tráfego de barcos em direção às zonas de garimpo. “Os Yanomami têm apreendido gasolina, quadriciclo, e impedido os garimpeiros de passar, por isso eles estão reagindo. Esse foi o terceiro ataque a tiros à comunidade em 15 dias, mas das outras vezes não houve feridos”, disse.

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Comitê lança nota técnica sobre avanço do garimpo em terra Munduruku

Estudo expõe ameaças à saúde indígena trazidas pelo garimpo

Crédito: Marcos Amend/Greenpeace

19 abr 21

Comitê lança nota técnica sobre avanço do garimpo em terra Munduruku

O Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração lançou a nota técnica “O cerco do ouro: garimpo ilegal, destruição e luta em terras Munduruku”, que traz informações alarmantes sobre os impactos da atividade mineradora sob a população indígena do vale do Tapajós.

Entre os pontos destacados pelo estudo, desenvolvido ao longo de seis meses por por quatro pesquisadoras com atuação prévia na região, está o alastramento de casos de malária e Covid-19 na Terra Indígena Munduruku, trazidas por invasores, e os níveis preocupantes de mercúrio registrados entre seus moradores.

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Associação Yanomami denuncia vacinação de garimpeiros em troca de ouro

Garimpo avançou 30% em TI Yanomami em 2020

Crédito: Chico Batata/Greenpeace

14 abr 21

Associação Yanomami denuncia vacinação de garimpeiros em troca de ouro

Em Roraima, vacinas contra a Covid-19 destinadas à indígenas estariam sendo vendidas a garimpeiros em troca de ouro por profissionais da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) que atuam na Terra Indígena Yanomami. É o que denuncia a Hutukara Associação Yanomami, que também destaca a pressão de autoridades do estado para que parte das doses exclusivas para população Yanomami seja redirecionada para não-indígenas.

Em ofício encaminhado ao Distrito Sanitário Especial Indigena que atua na área (DSEI-Yanomami), à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e ao Ministério Público, o grupo também denuncia a disseminação de informações falsas sobre a vacina por parte dos invasores, assim como tem sido relatado por entidades indígenas em outros estados brasileiros.

Segundo o G1, o desvio de vacinas já está sendo investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) junto ao Ministério da Saúde.

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Povos indígenas realizam Acampamento Terra Livre 2021

Encontro está em sua 17ª edição

Crédito: Apib

5 abr 21

Povos indígenas realizam Acampamento Terra Livre 2021

Considerado o maior evento indígena do país, o Acampamento Terra Livre (ATL), organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), estreia sua 17ª edição. Pelo segundo ano em formato online, o ATL desse ano tem o tema “A nossa luta ainda é pela vida, não é apenas um vírus”, em referência ao título do manifesto divulgado pela associação em março, frente ao avanço da Covid-19 entre a população indígena.

O encontro acontece de 5 a 30 de abril e faz parte do “Abril indígena”, período historicamente dedicado à causa indígena. A programação completa está disponível no site da organização e será transmitida pelo perfil da Apib no Facebook e pelos veículos Mídia Índia e Mídia Ninja.

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Em 2020, garimpo avançou 30% na Terra Indígena Yanomami

Área devastada equivale a 500 campos de futebol, aponta estudo

Crédito: Chico Batata/Greenpeace

25 mar 21

Em 2020, garimpo avançou 30% na Terra Indígena Yanomami

Semanas após a o Ministério Público Federal determinar a retirada de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami (TIY), um estudo inédito indica que o garimpo ilegal avançou no território durante a pandemia. De janeiro a dezembro de 2020, foram quinhentos hectares de floresta destruídos na TIY, um aumento de 30% em relação ao ano anterior.

“Cicatrizes na floresta: evolução do garimpo ilegal na TI Yanomami em 2020”, lançado pela Hutukara Associação Yanomami (HAY) e Associação Wanasseduume Ye’kwana (Seduume), denuncia não só a devastacão ambiental promovida pelo garimpo e o risco de conflitos com indígenas, como o impacto da atividade na saúde dos Yanomamis, ao atuar como vetor de contaminacão da malária e da Covid-19, ameaçando, sobretudo, povos isolados.

“À malária e às demais doenças infecciosas somou-se a COVID-19, transmitida diretamente por trabalhadores no garimpo que continuaram circulando livremente pela TIY – foram registrados 949 casos da doença até outubro de 2020, com forte incidência em Waikás (26,9% da população), Kayanau (9,5%), dois exemplos de área onde a doença se disseminou após o autoisolamento das famílias indígenas ser quebrado pela convivência forçada com garimpeiros”, diz o estudo.

 

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Brasil passa de mil indígenas mortos por Covid-19

Apib destaca subnotificação de casos por parte dos órgãos públicos

Crédito: Alex Pazuello | Prefeitura de Manaus

19 mar 21

Brasil passa de mil indígenas mortos por Covid-19

Quase um ano após o primeiro caso de Covid-19 entre a população indígena no Brasil,  mais de mil indígenas já morreram em função do coronavírus no país, aponta a iniciativa Emergência indígena, criada pela Articulação Nacional dos Povos Indígenas (Apib) frente à omissão do governo Bolsonaro no enfrentamento à pandemia. Até 19 de março, a organização contabilizou 5.0995 infectados e 163 povos atingidos pelo vírus. Além da falta de transparência dos dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), que impede a identificação de muitas cidades onde os óbitos aconteceram, a Apib aponta que o órgão é um dos principais vetores do avanço da doença em territórios indígenas, por meio dos profissionais que atendem as regiões.  

Desde o início da crise sanitária, a entidade tem denunciado a ausência de um plano concreto de proteção contra a Covid-19 para a população indígena, como faceta da “política de ódio” da gestão Bolsonaro. Em julho do ano passado, a Apib conseguiu, via Supremo Tribunal Federal (STF), a obrigatoriedade da adoção de medidas de proteção aos povos indígenas por parte do governo federal, mas a decisão segue sendo ignorada.

“O Governo Federal é o principal agente transmissor do vírus entre os povos indígenas. A omissão na construção de ações eficazes de enfrentamento a pandemia, a negligência na proteção dos trabalhadores e usuários do Subsistema de Saúde Indígena e a construção de políticas que favorecem a invasão dos territórios indígenas são os principais fatores desse contexto de violações”, diz o site da iniciativa que, em dezembro de 2020, lançou o relatório  “Nossa luta é pela vida”, que detalha o impacto da pandemia entre a população indígena.

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STF suspende resolução da Funai que restringia autodeclaração indígena

Medida foi apontada como inconstitucional por organizações

Crédito: Guilherme Cavalli/Cimi

17 mar 21

STF suspende resolução da Funai que restringia autodeclaração indígena

O Supremo Tribunal Federal, por meio do ministro Roberto Barroso, suspendeu uma resolução da Funai, publicada em janeiro, que estabelecia novos critérios para avaliar a autodeclaração de identidade dos povos indígenas para fins de execução de políticas públicas.

A medida foi apontada por diversas organizações da sociedade civil como inconstitucional e, no contexto da pandemia, como uma ameaça à saúde indígena, com consequências direta para a política de imunização da população. “Definir quem é e quem não é indígena não é papel da Funai e agride a autodeterminação dos povos”, afirmou a Articulação Brasileira dos Povos Indígenas em nota contra a resolução.

A decisão do ministro aconteceu no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, de autoria da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e seis partidos políticos, que cobra do governo federal a elaboração e execução de um plano de proteção da população indígena contra a Covid-19. Em julgamento desde agosto de 2020, Barroso, relator do processo, homologou parcialmente a quarta versão do Plano Geral de Enfrentamento à Covid-19 para Povos Indígenas, incluindo indígenas que vivem em terras não homologadas e em contexto urbano como prioritários para a vacinação nas mesmas condições que “indígenas aldeados” –  único grupo indígena inicialmente contemplado pelo governo federal entre os grupos prioritárias de vacinação.

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Justiça determina retirada de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão

Juiz teme “nova Serra Pelada” no local

Crédito: Chico Batata/Greenpeace

17 mar 21

Justiça determina retirada de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão

A 2ª Vara da Justiça Federal de Roraima, por meio de pedido do Ministério Público Federal, determinou que o governo federal apresente um plano de retirada de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami (RO) em um prazo de 10 dias, sob pena diária de multa diária de R$ 1 milhão. O juiz reforçou a omissão da União frente ao problema e disse temer que “se veja criada outra ‘Serra Pelada’ no local, agora com características ainda mais funestas”.

Além do rastro de violações de direitos deixado pelo garimpo ilegal, no contexto da pandemia, os Yanomamis têm denunciado desde o ano passado a invasão de garimpeiros como grave vetor de transmissão de Covid-19. A chegada dos criminosos fez explodir os casos da doença entre a população, vitimando, inclusive, bebês. Como parte da mobilização feita ao longo de 2020, foi lançado o relatório “Xawara: rastros da Covid-19 na Terra Indígena Yanomami e a omissão do Estado“, elaborado pela Rede Pró-Yanomami e Ye’kwana e pelo Fórum de Lideranças da TIY, e a campanha #ForaGarimpoForaCovid.

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Com aumento de casos de Covid-19, Acre vive crise sanitária agravada por enchentes

Excesso de chuvas causaram o transbordamento de rios no estado

Crédito: SECOM

22 fev 21

Com aumento de casos de Covid-19, Acre vive crise sanitária agravada por enchentes

Com UTIs lotadas frente ao aumento de casos de Covid-19 na região amazônica, o Acre vive uma crise humanitária agravada pelas enchentes causadas pelo excesso de chuvas na região da bacia do estado nos últimos dias. O estado conta com milhares de pessoas desalojadas pelo transbordamentos de ao menos cinco rios e sofre para enfrentar o aumento de casos de Covid-19, o combate à dengue e uma crise migratória, com a busca de venezuelanos por refúgio.

“Esse é um exemplo de como situações não climáticas podem ser agravadas por eventos climáticos extremos”, afirmou o pesquisador José Marengo em matéria do Observatório do Clima. 

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Último ancião do povo Juma morre de Covid-19

Aruká era um sobrevivente do genocídio do povo Juma

Crédito: Odair Leal/Amazônia Real

21 fev 21

Último ancião do povo Juma morre de Covid-19

Por complicações da Covid-19, morreu Aruká, reconhecido como o último homem do povo Juma, dia 17, em Rondônia. O ancião deixou três filhas, netos e bisnetos. Conforme apuração da BBC, como suas sucessoras se casaram com homens do povo Uru-eu-wau-wau, os descendentes de Aruká carregam o sangue das duas etnias, mas, pelo sistema patrilinear, não são Juma, daí o título de último representante. “O governo não cuidou, e agora nós temos que manter o legado do meu avô”, disse à matéria  Bitaté Uru-eu-wau-wau, um de seus netos.

O indígena foi um dos sete sobreviventes do massacre no rio Assuã, no sul do Amazonas, em 1964, que vitimou mais de 60 pessoas, em ataque de comerciantes de Tapauá interessados na sorva e na castanha do território Juma. Em nota sobre sua morte, que foi recebida com consternação por entidades indígenas, o Instituto Socioambiental (ISA) relembrou seu histórico de luta, decisivo para a garantia de direitos de seu povo. 

Por sua extrema vulnerabilidade e risco de desaparecimento, o povo é considerado de recente contato e deveria ter sido protegido por Barreiras Sanitárias contra o avanço da pandemia da Covid-19, segundo determinação do STF, algo que não aconteceu, conforme denúncia da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB).

A negligência do governo Bolsonaro com os indígenas durante a pandemia tem deixado marcas irreparáveis na população, e o quadro se mantém com a chegada da vacina contra a Covid-19. Em tese, indígenas que vivem em aldeias – critério apontado como racista por entidades e ambientalistas – estão no grupo prioritário do plano de vacinação nacional, porém, dados recentes apontam que a imunização tem acontecido em ritmo lento, alvo de notícias falsas e discursos religiosos negacionistas. Segundo o G1, 71% dos indígenas da Amazônia ainda não tomaram a vacina. A matéria ouviu relatos de representantes Yanomamis, Kayapós e de outras comunidades amazônicas sobre a desinformação sobre a vacinação. “As mentiras chegam nas redes sociais para nós, na verdade, todas as aldeias, não é só pra nós não. Nos Yanomami [Roraima] aconteceu a mesma coisa e chegaram a denunciar essas pessoas que estavam mandando áudio. Também está acontecendo com os Munduruku [Pará]”, disse o cacique Mobu odo Arara, da Terra Indígena Cachoeira Seca, no Pará.

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