30 mar 21
Contrariando ataques de Bolsonaro, estudo aponta que terras indígenas não concentram focos de incêndios
Um estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) indica que, entre janeiro e dezembro de 2020, apenas 3% do desmatamento e 8% dos focos de calor ocorreram em terras indígenas. Os dados desmentem os ataques sistemáticos de Bolsonaro e representantes do governo contra os povos originários, que os apontam como responsáveis pela destruição da floresta.
Encabeça o ranking das categorias fundiárias mais desmatadas as florestas públicas não designadas (32%), seguida de propriedades privadas (24%) e assentamentos (22%). Juntas, as três concentram 68% dos focos de calor identificados no período, segundo dados do Inpe utilizados no levantamento.
A nota técnica analisa a dinâmica de desmatamento e fogo nas terras indígenas (TIs) da Amazônia entre 2016 e 2020 e denuncia a crescente devastação desses territórios pelo avanço de grileiros e invasores não-indígenas. O texto destaca o papel do Cadastro Ambiental Rural (CAR) como ferramenta para a grilagem em TIs: em quatro anos, houve um aumento de 75% do número de cadastros autodeclaratórios de imóveis rurais nesses territórios.