• Agro
  • Água & Saneamento
  • Desinformação
  • Exploração & Controle
  • Florestas & Uso do Solo
  • Geopolítica
  • Pesquisa
  • Petróleo
  • Povos Indígenas & Comunidades Tradicionais
  • Sociedade Civil
  • Violência
  • Atores
Estudo do MapBiomas revela indícios de ilegalidade em 75% do desmatamento sob Bolsonaro

Áreas de desmatamento no município de Careiro da Várzea, no Amazonas, próximo às Terras Indígenas do povo Mura

Crédito: Alberto César Araújo/Amazônia Real

11 abr 23

Estudo do MapBiomas revela indícios de ilegalidade em 75% do desmatamento sob Bolsonaro

Um estudo do projeto MapBiomas revela que 75% do desmatamento ocorrido no Brasil desde 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, teve indícios de ilegalidade. De acordo com o levantamento, a maior parte dos casos (58%) ocorreu em áreas que deveriam ser protegidas por lei, como reservas legais e áreas de preservação permanente.

Os dados indicam um aumento da degradação ambiental, já que o índice de desmatamento ilegal era de cerca de 60% na gestão anterior, de Michel Temer. Além disso, a análise aponta que a região amazônica concentrou 73% do desmatamento ilegal no período analisado, sendo a extração ilegal de madeira a principal atividade associada ao desmate. O estudo reforça a importância do fortalecimento de políticas públicas de proteção ambiental para evitar a degradação contínua do meio ambiente no país.

Fontes:
Câmara aprova medidas contra a Mata Atlântica e populações tradicionais

Parlamentares acompanham a sessão plenária.

Crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado

30 mar 23

Câmara aprova medidas contra a Mata Atlântica e populações tradicionais

O plenário da Câmara aprovou, na tarde de quinta-feira (30), duas medidas provisórias (MPs), do governo Bolsonaro, com retrocessos socioambientais. Ambas agora seguem para o Senado. Se forem modificadas, serão analisadas novamente pelos deputados.

A MP 1.150/2022 abre caminho para mais desmatamento no pouco que resta (12%) do bioma mais ameaçado do país: a Mata Atlântica. Nesse caso, a proposta foi feita por meio de um “jabuti”, uma emenda não relacionada ao tema principal da MP – o Código Florestal (Lei 12.651/2012). A ideia, de alterar a Lei da Mata Atlântica (11.428/2006) partiu da União Brasil e do líder do partido, Elmar Nascimento (BA), que insistiu em incluí-la no texto aprovado. O texto final também prorroga por mais um ano o prazo para os produtores rurais aderirem ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), previsto no Código Florestal.

A outra MP (1.151/2022)  aprovada no plenário da Câmara muda as regras das concessões florestais, abrindo a possibilidade de exploração de outros bens e serviços ambientais, além da madeira, inclusive em áreas protegidas ocupadas por comunidades indígenas e tradicionais. Só PDT e a federação PSOL/Rede votaram contra. De acordo com a redação final, as concessões poderão gerar créditos de carbono e utilizar o patrimônio genético de plantas e animais, por exemplo. Também poderão prever o manejo de fauna e a pesca.

Fontes:
STF derruba lei de Roraima que proibia destruição de bem apreendido em ação ambiental

Ibama e Funai iniciam retomada do território Yanomami no início de fevereiro.Agentes destruíram aeronaves e estrutura logística do garimpo; base de controle foi instalada no rio Uraricoera.

Crédito: IBAMA/Divulgação

23 fev 23

STF derruba lei de Roraima que proibia destruição de bem apreendido em ação ambiental

Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional uma lei do estado de Roraima que impedia a destruição ou inutilização de bens particulares apreendidos em operações ambientais no estado. A decisão foi tomada em sessão virtual encerrada na sexta-feira (17/2) e confirmou a liminar concedida pelo ministro-relator Luís Roberto Barroso nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 7.200 e 7.204, propostas pela Rede Sustentabilidade e pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

A tese fixada pelos ministros é de que a lei estadual viola a competência privativa da União para legislar sobre Direito Penal e Processual Penal, para editar normas gerais de proteção ao meio ambiente e por afronta ao direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Fontes:
Liderança espiritual Guarani Estela Vera é assassinada no MS

Território indígena está sob forte pressão de fazendeiros.

Crédito: Reprodução

15 dez 22

Liderança espiritual Guarani Estela Vera é assassinada no MS

A nhandesy, liderança espiritual e rezadora Guarani-Kaiowá, Estela Vera foi assassinada na Terra Ivy Katy, um território tradicional retomado entre 2003 e 2015, no munícipio de Japorã, no Mato Grosso do Sul, no dia 15 de novembro. Segundo a kuñangue Aty Guasu, Assembléia das Mulheres Kaiowá e Guarani, os assassinos dispararam contra Vera e crianças com armas de fogo de calibre grosso. A entidade denuncia que fazendeiros e arrendatários tem feito pressão contra o território e ameaçam outra liderança, Leila de Ivy Katu.

Organizações indígenas pedem a federalização da investigação e proteção ao território que está sendo ocupado e às lideranças ameaçadas de morte. A execução da liderança religiosa também se insere num contexto de violência religiosa, com queima de casas de reza, em territórios indígenas no estado.

Fontes:
Em 10 meses, Amazônia bate recorde anual de desmatamento

Desmatamento e agropecuária são as principais causas

Crédito: Christian Braga/Greenpeace

28 out 22

Em 10 meses, Amazônia bate recorde anual de desmatamento

O ano de 2022 não terminou, mas a Amazônia já experimenta seu ano-calendário mais devastador da série histórica. De acordo com o sistema DETER/INPE, o acumulado de alertas de desmatamento entre 1º de janeiro e 21 de outubro é de 9.277 km2. Com dois meses até o final efetivo deste ano, o total de área afetada pelo desmatamento em 2022 já supera o total do pior ano dos registros até aqui, 2019, quando os alertas somaram 9.178 km2.

Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, afirma que o desmatamento na Amazônia está fora de controle e o cenário para o crime ambiental “nunca foi tão favorável”. “Não existe nenhuma ação do governo federal para frear o desflorestamento na Amazônia. Diminuí-lo não é uma preocupação do governo Bolsonaro”, explicou.

Além disso, a Amazônia também bateu um novo recorde de desmatamento em setembro, com alta de quase 50% em comparação ao ano anterior.

Fontes:
Bancada antiambiental cresce no Congresso e Assembleias da Amazônia Legal serão dominadas pela direita a partir de 2023

Queimadas em Novo Progresso (PA)

Crédito: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real

23 out 22

Bancada antiambiental cresce no Congresso e Assembleias da Amazônia Legal serão dominadas pela direita a partir de 2023

O novo Congresso não está apenas mais à direita – ele também ficou mais antiambiental. O Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) fez um levantamento através do seu Painel Verde que identificou o crescimento da Bancada antiambiental e redução da Bancada do Meio Ambiente. Subiu de 37% para 42,6% o percentual de deputados federais majoritariamente antiambientais, enquanto caiu de 30% para 27% o percentual de deputados federais verdes. O Senado perde dois votos alinhados a temas da área ambiental e diminui força para conter retrocessos.

André Lima, coordenador do Painel Verde do IDS avalia, no entanto que “há espaço para aumentar a adesão ao voto ambiental, trabalhando o diálogo com as bancadas”.

No caso específico da Amazônia Legal, o relatório do IDS avalia que “as vozes que falarão em nome dos eleitores da Amazônia possuem baixa adesão às pautas climáticas e ambientais. 

Um levantamento da Amazônia Real indica que os nove estados da região terão o avanço de pautas antiambientais e anti-indígenas e que o bolsonarismo se consolidou a partir do voto popular. Nas Assembleias Legislativas da Amazônia Legal, os cinco partidos com maior representação, a partir de 2023, serão: MDB (29 cadeiras), União Brasil (26), Republicanos (24), PL (22).

Fontes:
Eleitos em 2022 somam R$ 24 milhões em multas ambientais

Equipe do Ibama combate desmatamento e garimpo ilegal na TI Tenharim do Igarapé Preto (AM), em 2018.

Vinícius Mendonça/Ibama/via CC BY-SA 2.0

15 out 22

Eleitos em 2022 somam R$ 24 milhões em multas ambientais

Um levantamento da Folha de S. Paulo mostrou que um total de 34 pessoas eleitas em 2 de outubro devem R$ 23,8 milhões em multas ambientais, de acordo com base da dados do Ibama.

O PL, partido de Bolsonaro, ao lado do PSD e do União Brasil são as siglas com maior número de multados, com cinco cada. A maior parte dos infratores são encontrados pelo levantamento estão nas assembleias estaduais e na Câmara dos Deputados, mas também constam senadores e governadores.

Fontes:
Presidente da Funai oferece amparo à militar preso por arrendar terra indígena

Marcelo Xavier é homem de confiança de Jair Bolsonaro

Crédito: Reprodução

25 ago 22

Presidente da Funai oferece amparo à militar preso por arrendar terra indígena

“Pode ficar tranquilo”, disse Marcelo Xavier, presidente da Funai, à Jussielson da Silva, que respondeu: “O senhor é o meu apoio de fogo. O senhor me protegendo, fico mais feliz ainda”. À época, Silva era o chefe da autarquia em Ribeirão da Cascalheira (MT). Hoje, o ex-fuzileiro naval, empossado durante o governo de Bolsonaro, está preso por cobrar propina para alugar pastos ilegalmente na reserva indígena Marãiwatséd.

Silva, e dois ex-policiais, estão sendo investigado por peculato e associação criminosa. As investigações da PF encontraram 70 mil cabeças de gado em 42 pontos da reserva. Um relatório da PF, encaminhado à Justiça Federal, aponta que”é possível concluir que o presidente do órgão, Marcelo, tem conhecimento do que está se passando, sendo possível que esteja dando sustentação à ilegalidade ora investigada (arrendamento em terra indígena)”.

 

Fontes:
Justiça Federal obriga Funai a retirar os invasores da TI Ituna/Itatá

TI é considerada uma das mais desmatadas nos últimos dez anos

Crédito: Fábio Nascimento / Greenpeace

24 ago 22

Justiça Federal obriga Funai a retirar os invasores da TI Ituna/Itatá

Uma nova sentença da Justiça Federal obrigou a Fundação Nacional do Índio (Funai) a proteger a Terra Indígena (TI) Ituna-Itatá, mantendo decisão anterior, mas obrigando, dessa vez, a União a retirar os invasores e alocar uma equipe permanente na TI.

A área estava sob restrição de uso desde 2011, quando foram avistados povos indígenas em isolamento da região que fica no estado do Pará. Em 2021, no entanto, a Funai deixou a restrição expirar. A decisão mantém a TI, considerada a mais devastada do país no último período, protegida por mais três anos.

Fontes:
Devastação na Amazônia: queimadas encobrem o céu da região e desmatamento bate recorde

Céu de Manaus coberto pela fumaça das queimadas na região amazônica

Crédito: Alberto César Araújo/Amazônia Real

21 ago 22

Devastação na Amazônia: queimadas encobrem o céu da região e desmatamento bate recorde

Queimadas ilegais no sul do Amazonas e do sudoeste do Pará comprometeram a qualidade do ar de diversas cidades da região, onde uma nuvem tóxica de poluição tomou conta do céu –  como nos municípios paraenses Altamira e Novo Progresso e na capital amazonense. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no mês de agosto, foram registrados 16.088 focos de queimadas na Amazônia.

Já o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora o bioma via Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), apontou para a devastação recorde registrada nos últimos 12 meses. De agosto de 2021 a julho de 2022, foram derrubados 10.781 km² de floresta, uma área equivalente a sete vezes a cidade de São Paulo. Essa é a maior área desmatada dos últimos 15 anos para o período.

Para o Instituto, o dado é especialmente alarmante, tendo em vista o panorama climático global. “O aumento do desmatamento ameaça diretamente a vida dos povos e comunidades tradicionais e a manutenção da biodiversidade na Amazônia. Além de contribuir para a maior emissão de carbono em um período de crise climática”, declarou Bianca Santos, pesquisadora do Imazon. 

Fontes:
"Ruralômetro" é lançado pela Repórter Brasil; ferramenta mostra atuação dos deputados na pauta socioambiental

2 a cada 3 deputados federais votam contra o meio ambiente, diz veículo

Crédito: Repórter Brasil/Reprodução

16 ago 22

“Ruralômetro” é lançado pela Repórter Brasil; ferramenta mostra atuação dos deputados na pauta socioambiental

A agência de jornalismo investigativo Repórter Brasil lançou a segunda edição da ferramenta que avalia como deputados atuaram frente ao meio ambiente, indígenas e trabalhadores rurais. O “Ruralômetro 2022” mostra que  68% dos parlamentares votaram contra o meio ambiente. 

Na prática, trata-se de representantes que “apresentaram projetos de lei e votaram mudanças legislativas que prejudicam a fiscalização ambiental, favorecem atividades econômicas predatórias, precarizam a legislação trabalhista, dificultam o acesso a benefícios sociais e travam a reforma agrária, dentre outros retrocessos apontados por organizações socioambientais”, diz o veículo.

Para medir a “febre ruralista” dos parlamentares, a ferramenta deu uma pontuação, que varia de 36⁰C a 42⁰C,  a cada deputado. Quanto mais alinhado à atuação da bancada ruralista, mais alta é a sua temperatura.

A avaliação foi feita com base na análise de 28 votações nominais e 485 projetos de lei apresentados na atual legislatura.

Fontes:
De 2018 a 2021, registros de arma de fogo aumentaram 219% na Amazônia Legal

Em 2020, 17% das mortes por arma de fogo ocorreram na região

Crédito: Marcos Corrêa/PR

22 jul 22

De 2018 a 2021, registros de arma de fogo aumentaram 219% na Amazônia Legal

Segundo levantamento do Instituto Igarapé, a violência nos 9 estados que compõem a Amazônia Legal é agravada pelo aumento da circulação de armas de fogo no território. Entre dezembro de 2018 e novembro de 2021, os registros aumentaram 219%. Para a organização, é especialmente preocupante o crescimento de registros na 12 Região Militar, que abrange os Estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia,de mais de 450% no período.

A terceira edição do boletim “Descontrole no Alvo” indica que as facilidades criadas pelo governo federal na política de acesso a armas contribuíram de forma significativa para o aumento da violência, sobretudo em um território marcado por conflitos socioambientais. “No lugar onde você tem baixa presença do estado, onde você tem um ambiente conflitivo muito grande, a arma de fogo é uma receita para o desastre”. afirmou Melina Risso, diretora de pesquisa do Instituto.

Fontes:
Em três anos, Brasil perdeu área de vegetação nativa equivalente ao tamanho do RJ

Em 2021, o desmatamento cresceu 20% em relação ao ano anterior

Crédito: MapBiomas

18 jul 22

Em três anos, Brasil perdeu área de vegetação nativa equivalente ao tamanho do RJ

Entre 2019 e 2021, o Brasil perdeu 42 mil km² de vegetação nativa, de acordo com os alertas de desmatamento detectados nos seis biomas do país, aponta a iniciativa MapBiomas.

Em seu novo relatório anual, o grupo indica que o país perdeu 16.557 km2 (1.655.782 ha) de cobertura vegetal nativa em 2021. Foram 69.796 alertas de desmatamento detectados, 98% com indícios de irregularidades. 

Do total de alertas, 66,8% estão na Amazônia (977 mil ha desmatados, 59% da área total); 15,2% na Caatinga (190 mil ha desmatados, 7% da área total), 9,9% estão no Cerrado (e 500 mil ha desmatados, 30,2% da área total). Juntos, os três biomas respondem por 96,2% das perdas.

Fontes:
Amazônia sofre recorde histórico de desmatamento para o mês de junho

Especialistas preveem aumento da devastação em 2022

Crédito: Christian Braga/Greenpeace

11 jul 22

Amazônia sofre recorde histórico de desmatamento para o mês de junho

Em junho, a Amazônia registrou a maior taxa de alertas de desmatamento para o mês desde o início da série de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2015. Segundo dados do Deter, programa de monitoramento da instituição, foram 1.120 km² de floresta desmatados, um aumento de 5,5% em relação ao desmatamento de junho de 2021 e 7,4% maior ao de junho de 2020.

O total de desmatamento no semestre também foi recorde. Nos seis primeiros meses do ano, quatro registraram taxas históricas de devastação: janeiro (430,44 km2), fevereiro (198,67 km2), abril (1.1026,35 km2) e junho.

Para especialistas, os números devem continuar subindo ao longo do ano.

“Os alertas de desmatamento de 2022 demonstram que a impunidade continua sendo a maior vetor de pressão contra a floresta e seus povos. Em um ano de eleição isso se torna ainda mais preocupante, pois os esforços de fiscalização normalmente diminuem e a sensação de impunidade aumenta, deixando os desmatadores mais à vontade para avançar sobre a floresta”, declarou Ane Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e especialista em fogo na Amazônia.

Fontes:
Amazônia bate recorde de incêndios; queimadas aumentam 35% no Cerrado

Incêndios no Cerrado são os maiores desde o início das medições.

Crédito: Agência Fapesp

2 jun 22

Amazônia bate recorde de incêndios; queimadas aumentam 35% no Cerrado

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados em 1º de junho mostraram que a devastação ambiental segue crescendo no país. A Amazônia, com 2.287 focos de incêndios florestais, teve o maior número de focos desde 2004 e foi 96% superior ao do ano passado.

No Cerrado, o aumento foi de 35% em relação à maio de 2021, com 3.578 focos, o número mais alto desde 1998, quando as medições começaram. A tendência, segundo especialistas, é piorar, dado que a temporada de fogos mais intensos ainda não chegou. A maior das queimadas, de acordo com estudiosos, é feita pelo setor agrícola.

Fontes:
STF adia pela terceira vez continuidade da votação do Marco Temporal

Julgamento irá decidir o futuro das demarcações de terras indígenas

Crédito: Reprodução/De Olho nos Ruralistas

2 jun 22

STF adia pela terceira vez continuidade da votação do Marco Temporal

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou novamente a continuação do julgamento do Marco Temporal para a demarcação de terras indígenas no Brasil, previsto para retornar ao plenário em 23 de junho. A votação teve início em agosto de 2021 e desde então já foi suspensa em duas ocasiões.

A apreciação analisa o Recurso Extraordinário 1017365, sobre a ação de reintegração de posse da Terra Indígena Ibirama-Laklãnõ, movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, que tem a “tese” do marco temporal como premissa, pela qual os povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam à época da promulgação da Constituição de 88. A decisão do STF sobre o caso será de repercussão geral, ou seja, deverá ser seguida pelo Judiciário para julgar casos semelhantes.

Até o momento, o placar está empatado em 1 a 1. O ministro Edson Fachin, relator do processo,  votou contra o Marco Temporal e defendeu o direito originário dos povos indígenas sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Já o ministro Nunes Marques, apoiado por Jair Bolsonaro, declarou seu voto a favor, afirmando ser a proposta “que melhor concilia os interesses em jogo”. O presidente tem dito em declarações que não irá respeitar a decisão do STF caso seja desfavorável à tese ruralista.

Fontes:

UOL

Jovem Guarani Kaiowá é assassinado no Mato Grosso do Sul

Indígenas da comunidade Taquaperi ocupam fazenda em protesto

Crédito: Comunidade Taquaperi

24 maio 22

Jovem Guarani Kaiowá é assassinado no Mato Grosso do Sul

No dia 21 de maio, o jovem Guarani Kaiowá de 18 anos, Alex Recarte Vasques Lopes, foi encontrado morto com marcas de 5 disparos em uma região em que indígenas estão sob constante ameaça e pressão do agronegócio.

Em resposta, sua comunidade ocupou uma fazenda na cidade de Coronel Sapucaia (MS). O Ministério Público Federal do Estado não se pronunciou.

Na mesma região e no mesmo final de semana, lideranças Guarani Ñandeva da Terra Indígena (TI) Ivy Katu denunciaram que seu território foi invadido por homens armados e tratores, pressionando para que a área seja cedida para monocultivo de soja.

Fontes:
Governo Bolsonaro fiscalizou apenas 2% dos alertas de desmatamento emitidos de 2019 a 2022

Apagão na fiscalização tem sido denunciado por servidores


Crédito: Bruno Kelly/Amazônia Rea/via CC BY-NC-SA 2.0

3 maio 22

Governo Bolsonaro fiscalizou apenas 2% dos alertas de desmatamento emitidos de 2019 a 2022

Até março de 2022, mais de 97% dos alertas de desmatamento emitidos desde o início do governo Bolsonaro não possuíam registro de fiscalização, aponta levantamento da iniciativa MapBiomas. A área com ação de fiscalização, no entanto, representa 13,1% do desmatamento detectado desde janeiro de 2019.

Os dados são da plataforma on-line “Monitor de Fiscalização do Desmatamento”, que apresenta “de forma direta, atualizada e transparente os dados de autorizações de desmatamento e ações de fiscalização por parte do governo federal” e dos governos estaduais de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo e Pará, explica o site do projeto.”Existem avanços importantes, especialmente nos estados, mas os dados do Monitor mostram que a impunidade ainda marca o desmatamento ilegal no Brasil”, diz Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas.

Segundo relatório divulgado pelo Observatório do Clima no início do ano, o Ibama deixou de executar cerca de 60% do orçamento para fiscalização de crimes ambientais em 2021, ano no qual o país bateu recordes sucessivos de desmatamento.

Fontes:
Em Porto Seguro, Pataxós protestam contra Bolsonaro em evento que celebra "aniversário do Brasil"

Estátua de Cabral pintada de urucum por manifestantes

Crédito: Suhyasun Pataxó

26 abr 22

Em Porto Seguro, Pataxós protestam contra Bolsonaro em evento que celebra “aniversário do Brasil”

Em 22 de abril, dezenas de indígenas, em sua maioria do povo Pataxó, ocuparam o centro histórico de Porto Seguro (BA) em protesto contra Jair Bolsonaro. O presidente foi à cidade para participar do evento oficial organizado pela prefeitura em homenagem aos 522 anos da chegada dos portugueses no Brasil. 

Registros do protesto, que mostram os indígenas em marcha, entoando cantos contra o presidente,  ganharam as redes sociais.

Também no sul da Bahia, poucos dias depois, indígenas pataxós  organizaram uma manifestação em frente à Prefeitura de Pau Brasil em protesto à violência policial. No dia 19 de abril, policiais militares espancaram a jovem Priscila Muniz, que saía da festa de comemoração ao aniversário de 60 anos da cidade, com o marido.

Fontes:
Donos de mineradoras doaram mais de R$ 400 mil para eleições na região do Tapajós em 2020

Região é alvo de ação da Polícia Federal para conter garimpo ilegal

Crédito: Marizilda Cruppe/Amazônia Real/Amazon Watch/

25 abr 22

Donos de mineradoras doaram mais de R$ 400 mil para eleições na região do Tapajós em 2020

Uma investigação do Observatório da Mineração revelou que empresários ligados à mineração doaram mais de R$ 400 mil para candidatos à vereança e à prefeitura da região do Tapajós, no sudoeste Pará, nas eleições municipais de 2020.

Cinco donos de mineradoras estão entre os principais doadores: Valdinei Mauro de Souza, da Salinas Gold do Pará (R$ 200 mil), Dirceu Santos Frederico Sobrinho, da F.D’gold (R$ 90 mil), Marcio Macedo sobrinho, da Gana Gold (R$ 67 mil), Ubiraci Soares Silva, da U S S Metais Preciosos (R$ 27 mil), e Valmir Climaco de Aguiar, dono de garimpos sem CNPJ (R$25 mil).

De acordo com a investigação, as doações ocorreram a candidatos que disputavam cargos em Itaituba, Jacareacanga e Novo Progresso, cidades pólo do garimpo ilegal. Além de entrar na lista de doadores, Valmir Climaco de Aguiar, prefeito reeleito de Itaituba, foi quem recebeu a maior quantia da lista, doada por Valdinei Mauro de Souza, conhecido por “Nei Garimpeiro”

Em fevereiro,  as cidades foram alvo da “Operação Caribe Amazônico”, deflagrada pela Polícia Federa para o garimpo ilegal no Rio Tapajó, sob protestos de Climaco, que chegou a pedir intervenção do governo federal.

Fontes:

83 notícias

Link copiado com sucesso!