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EUA afirma estar comprometido em colaborar com o Fundo Amazônia

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva e o enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, durante coletiva após reunião

Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

28 fev 23

EUA afirma estar comprometido em colaborar com o Fundo Amazônia

John Kerry, enviado especial dos Estados Unidos para o Clima, chegou em Brasília no domingo (26) e ficou até esta 3ª feira (28). Ele teve diversas reuniões com autoridades brasileiras, entre elas senadores, incluindo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e com o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante.

Kerry se reuniu com Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) na 2ª feira (27). Na tarde de terça (28), a ministra do Meio Ambiente e o enviado especial americano se encontraram novamente. Após a reunião, eles deram uma declaração conjunta à imprensa. Kerry disse que os Estados Unidos “estão comprometidos em colaborar com o Fundo Amazônia”. Ele afirmou que o início do financiamento ao fundo e os valores ainda precisam passar pelo Congresso norte-americano, por isso não confirmou nenhum detalhe.

Kerry disse que o Congresso de seu país discute um pacote bilionário para ações voltadas ao meio ambiente em todo o mundo. “Nós temos um projeto de lei no Senado que tem como meta US$ 4,5 bilhões. Temos outro na Câmara de US$ 9 bilhões. É bipartidário nas duas casas. Mas sabemos que teremos uma luta para fazer as coisas passarem por esse canal específico”, declarou Kerry durante coletiva de imprensa no Ministério do Meio Ambiente.

Marina agradeceu o interesse dos EUA no fundo e ressaltou que existem outras formas de colaboração que serão colocadas em prática, como a valorização dos créditos de carbono, mecanismo pelo qual os países emergentes recebem dos mais ricos compensação financeira pela redução da emissão de gases do efeito estufa.

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Temporal no litoral de SP: Marina Silva quer decretar emergência climática em áreas de risco; Lula e Tarcísio anunciam medidas

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita de apoio à cidade de São Sebastião (SP) em decorrência das enchentes.

Crédito: Ricardo Stuckert/PR

23 fev 23

Temporal no litoral de SP: Marina Silva quer decretar emergência climática em áreas de risco; Lula e Tarcísio anunciam medidas

Em resposta à maior tempestade já registrada no Brasil no litoral norte de São Paulo, a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos, propuseram nesta terça-feira (21) desenhar um plano emergencial de adaptação a eventos climáticos extremos em 1.038 municípios, que abrigam 57% da população do país. A medida visa facilitar o acesso a recursos para obras de infraestrutura, como contenção de encostas e drenagem, recuperação de matas ciliares, criação de planos de defesa civil e educação para riscos climáticos e reassentamento de moradores de áreas vulneráveis.

Antes disso, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia anunciado nessa segunda-feira (20) uma série de ações para reduzir os impactos na população do litoral norte de São Paulo, vítima da falta de prevenção e atingida pelo maior temporal da história do Brasil.

Lula sobrevoou áreas devastadas pelos deslizamentos de terra e alagamentos. Ele também se reuniu com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), e colocou a estrutura do governo federal à disposição para mitigar os danos. Vários ministros participaram da audiência, incluindo o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), que anunciou a liberação de R$ 2 milhões para que o Governo de São Paulo e as prefeituras das cidades do litoral norte, entre elas Bertioga, possam ajudar as vítimas. Lula pediu prioridade total à emergência climática, e articulou ações conjuntas entre o Ministério do Desenvolvimento Social, Fazenda, Planejamento, Transportes e Saúde. No dia 21, o governo Lula liberou R$ 7 milhões transferidos para São Sebastião e o recurso será usado para compra de cestas básicas, kits de limpeza, higiene pessoal, colchões e combustíveis. Serão atendidas mais de 73,8 mil pessoas.

O governo paulista por sua vez  anunciou no último dia 23 que instalará sirenes na região, em locais onde há risco de desabamentos e enchentes. A medida emergencial, no entanto, é vista com cautela por especialistas. Eles afirmam que a adoção dos equipamentos precisa ocorrer em conjunto com uma série de ações, como o treinamento da população, a elaboração de rotas de fuga e a realização recorrente de simulados.

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Clima Extremo: chuvas no litoral paulista batem recorde nacional e deixam 65 mortos e milhares desabrigados

Destruição em Vila Sahy, São Sebastião

Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil

20 fev 23

Clima Extremo: chuvas no litoral paulista batem recorde nacional e deixam 65 mortos e milhares desabrigados

Nos dias 19 e 20 de fevereiro um volume sem precedente de chuvas caiu sobre Bertioga, São Sebastião e Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo. Estações pluviométricas registraram 692 milímetros de chuva na madrugada do sábado para o domingo. Até o dia 27 de fevereiro, 65 pessoas foram encontradas mortas, 64 no bairro Vila Sahy, em São Sebastião, e uma em Ubatuba.

Os deslizamentos fatais ocorreram em áreas empobrecidas do litoral, perto de encostas de morros. Estradas também foram fechadas por desbarrancamentos. De acordo com o governo do Estado, há 1.090 desalojados e 1.172 desabrigados.

Em 2021, o Ministério Público entrou com uma ação pedindo providências sobre a situação da Vila Sahy e qualificou a situação como tragédia anunciada.

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MMA cria secretarias especiais para combater o desmatamento

O advogado ambientalista André Lima e a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva

Crédito: Arquivo pessoal

24 jan 23

MMA cria secretarias especiais para combater o desmatamento

André Lima, ex-secretário do Meio Ambiente do Distrito Federal e consultor sênior de política e direito socioambiental do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), irá assumir a recém-criada a Secretaria Extraordinária de Controle do Desmatamento e Ordenamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), comandado por Marina Silva (Rede). Lima foi convidado pela ministra Marina Silva e pelo secretário executivo do MMA, João Paulo Capobianco, para assumir a Secretaria Extraordinária criada no início de janeiro.

A secretaria que será comandada pelo advogado ambientalista será responsável pelo Departamento de Ordenamento Ambiental Territorial e pelo Departamento de Políticas de Controle do Desmatamento e Queimadas, que será chefiada pelo professor de gestão ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Raoni Rajão.

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Sônia Guajajara toma posse como Ministra dos Povos Indígenas

O povo Terena executou a Dança da Ema na posse da ministra Sônia Guajajara no Palácio do Planalto, em Brasília

Crédito: Ana Pessoa/Mídia NINJA

11 jan 23

Sônia Guajajara toma posse como Ministra dos Povos Indígenas

Sônia Guajajara assumiu nesta quarta-feira (11) o Ministério dos Povos Indígenas. Ela é a primeira indígena a ocupar um ministério. A cerimônia aconteceu no Palácio do Planalto, em Brasília. De acordo com a TV Cultura, o auditório estava lotado para acompanhar o evento, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros integrantes do governo

Guajajara apresentou a equipe do ministério, formada por Eloy Terena, secretário executivo; Jozi Kaigang, chefe de gabinete; Eunice Kerexu, secretária de Direitos Ambientais e Territoriais; Ceiça Pitaguary, secretária de Gestão Ambiental e Territorial Indígena; Juma Xipaia, secretária de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas; e Marcos Xucuru, assessor especial do MPI.

“Não posso deixar de lembrar os parentes que foram retirados de nosso convívio pela fala do fascismo que imperou no Brasil nos últimos anos derramando sem pudor, muito sangue indígena. Lembremos da força daqueles que tombaram na luta como Paulino Guajajara Ivanilde, Janildo, Jael e Antônio Guajajara ali Uruê Auau, Daiane Gaingang, Estela Vera Guarani Carilar, Wellingto Ariane Oliveira e a menina Raissa. E tantos outros parentes vitimados pelo garimpo ilegal, pelas invasões dos seus territórios. E por tantas outras ações e omissões do Estado. Além disso, preciso destacar a força de Bruno Pereira e memórias que todos nós aliados e aliados defensores servidoras do meio ambiente e dos direitos humanos esse brutal assassinato não pode permanecer impune”.

“Se, antes, as demarcações tinham enfoque sobretudo na preservação da nossa cultura, novos estudos vêm demonstrando que a manutenção dessas áreas tem uma importância ainda mais abrangente, sendo fundamentais para a estabilidade de ecossistemas em todo o planeta, assegurando qualidade de vida, inclusive nas grandes cidades. Daí a importância de reconhecer os direitos originários dos Povos Indígenas sob as terras em que vivem”, disse Guajajara.

Para Guajajara, a proteção dos biomas, decorrente da preservação das terras indígenas, das unidades de conservação e dos territórios habitados por comunidades tradicionais, é “essencial” para qualquer produção agrícola. “Pois garante água, garante a presença de agentes polinizadores e de tantos outros fatores sem os quais, nada se produz. As terras indígenas são importantes aliadas na luta contra o aquecimento global e fundamentais para a preservação da nossa biodiversidade”, disse

A ministra lembrou que o Acordo de Paris e a Declaração de Nova York para Florestas Tropicais das Nações Unidas reconheceram o conhecimento dos povos e comunidades tradicionais como conhecimentos científicos e como uma das “últimas alternativas para conter a crise climática”. “É preciso que este conhecimento saia dos tratados internacionais, e seja valorizado na prática, por todo o território nacional, por meio de políticas locais, considerando a diversidade de povos, culturas e territórios”, apontou.

A ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, também tomou posse nesta quarta. A cerimônia conjunta teve diversos simbolismos, marcada pela sonoridade da cultura de matriz africana e da música indígena. O Hino Nacional foi cantado, em parte, na língua Tikuna por Djuena Tikuna e, em parte em português, por Marina Íris. O povo Terena executou a Dança da Ema, ou dança do Bate-pau, uma manifestação ritualística que consagra grandes guerreiros.

De acordo com Sônia Guajajara, uma das primeiras medidas que tomará frente ao ministério será dar andamento ao processo de homologação de 13 terras indígenas que já estavam em fase final de serem reconhecidas.

O Jota fez um perfil de todos os 37 ministros e ministras que fazem parte do governo Lula.

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Desmatamento em novembro na Amazônia tem alta de 123%

Cifra é a segunda pior da série histórica

Crédito: Nilmar Lage/Greenpeace

12 dez 22

Desmatamento em novembro na Amazônia tem alta de 123%

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (DETER/INPE) revelaram que o desmatamento na Amazônia em novembro alcançou 555 km², um aumento de 123% em relação ao mesmo mês em 2021 e o segundo pior da série histórica, perdendo apenas para 2020.  A área devastada é do tamanho da cidade de Belém, capital do Pará.

No eixo da BR-319, o munícipio de Lábrea (AM) teve a maior área com alertas de desmatamento, atingindo 209 quilômetros quadrados. A rodovia teve sua construção retomada no governo Bolsonaro e ajudou a consolidar o sul do Amazonas como a nova fronteira do desmatamento.

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Chefe de Meio Ambiente do GT de transição afirma que "haverá responsabilização criminal" de responsáveis por desmonte

Reunião do GT de Meio Ambiente do governo de transição

Créditos: Observatório do Clima

8 dez 22

Chefe de Meio Ambiente do GT de transição afirma que “haverá responsabilização criminal” de responsáveis por desmonte

O coordenador do grupo de Meio Ambiente do gabinete de transição, Jorge Viana (PT-AC), disse que haverá “responsabilização criminal” dos responsáveis pelo desmonte ambiental na gestão de Jair Bolsonaro. “Chegamos à conclusão, no primeiro relatório que fizemos, de que houve uma ação deliberada, uma ação que certamente vai ter que ter responsabilização criminal”, afirmou Viana, que disse também que, a área ambiental é “símbolo do desmonte que ocorreu no país nos últimos quatro anos, para dentro e para fora”.

A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), garantiu que a agenda ambiental será transversal na formulação de políticas públicas, citando os compromissos feitos por Lula na campanha, no discurso e na COP 27. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que a questão climática é central.

 

 

 

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Clima extremo e ausência de prevenção deixam pelo menos 22 mortos e milhares de desabrigados pelas chuvas torrenciais em 8 estados do Brasil

Deslizamento de terra na BR-376, rodovia que liga Curitiba a Joinville

Crédito: Divulgação/CENACID-UFPR

7 dez 22

Clima extremo e ausência de prevenção deixam pelo menos 22 mortos e milhares de desabrigados pelas chuvas torrenciais em 8 estados do Brasil

Entre novembro e o começo de dezembro, pelo menos 22 pessoas morreram em 8 estados brasileiros por falta de planejamento para a temporada de chuvas. Cerca de 22,8 mil pessoas estão desalojadas, enquanto outras 3.171 estão desabrigadas. O levantamento foi feito pela Agência CNN com base em dados divulgados pelas Defesas Civis estaduais. 

Os estados de Santa Catarina, Paraná, Sergipe, Espírito Santo, Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro sofrem com deslizamentos, inundações e quedas de energia em decorrência de volumes atípicos de chuva e despreparo das autoridades para os eventos extremos que aumentam de frequência com as mudanças climáticas. 

O mês de novembro ficou marcado por episódios meteorológicos fora do padrão para o período, com frio atípico no início do mês, seguido de chuva forte, antecipando a temporada de chuvas fortes de verão. A previsão para o mês de dezembro é que os temporais mantenham um alto volume e as temperaturas subam pelo Brasil.

Uma pesquisa do Observatório dos Desastres Naturais mostrou que, nos últimos 10 anos, os óbitos causados por falta de prevenção ao excesso de chuvas e suas consequências no Brasil somaram 1.756. As vidas perdidas por inundações até setembro deste ano já chegam a 457, o que representa mais de 25% do total de mortes na década. 

Apesar disso, Bolsonaro cortou 99% da verba destinada a enfrentamento de desastres naturais para 2023. O Ministério de Desenvolvimento Regional reduziu o orçamento de obras emergenciais de mitigação de desastres de R$ 2,8 milhões para R$ 25 mil. Para a execução de projetos e obras de contenção de encostas em áreas urbanas, houve um corte de 94% do recurso, de R$ 53,9 milhões para R$ 2,7 milhões. “A quantidade que era destinada já era pequena diante do montante necessário para as obras de mitigação. Então, o que já era pouco, ficou ainda menor”, pontua o professor Pedro Luiz Côrtes do Instituto de Energia e Ambiente da USP.

Além das mortes que poderiam ser evitadas, o colapso climático também traz prejuízos econômicos significativos. Um levantamento da Swiss Re estimou em US$ 260 bilhões os prejuízos decorrentes dos eventos climáticos extremos que ocorreram em 2022 em todo o mundo.

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COP27 aprova fundo de Perdas e Danos, mas outros temas não avançam

Lula encontra lideranças indígenas

Crédito: Ricardo Stuckert

20 nov 22

COP27 aprova fundo de Perdas e Danos, mas outros temas não avançam

A 27ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas terminou no início da manhã deste domingo (20) em Sharm El-Sheikh, no Egito

O documento com as conclusões da COP27 cria um mecanismo financeiro específico para compensar os países pobres, que estão sofrendo com eventos climáticos extremos decorrentes da  mudança do clima, mas que nada contribuíram com suas causas. As nações mais pobres, notadamente o grupo de pequenos países insulares, há décadas pleiteiam a existência de um mecanismo de financiamento das Perdas e Danos.

No entanto, as divisões de sempre entre países ricos e pobres fizeram com que o encontro terminasse sem um acordo substantivo sobre o que deveria ser o ponto principal de conversa – como acelerar o corte de emissões de gases do efeito estufa de modo a evitar que o aquecimento global ultrapasse 1,5oC neste século.

“A criação de um fundo específico para compensar as nações mais pobres das perdas provocadas por eventos climáticos extremos foi um avanço justo. Mas, ao mesmo tempo, é uma evidência de que em alguns casos os efeitos das mudanças do clima já são irreversíveis. Por isso, de forma geral, o resultado geral da COP27 pode ser considerado decepcionante. O texto final não demonstra a ambição necessária para alcançarmos a meta de 1,5 graus estabelecida pelo Acordo de Paris e o chamado plano de implementação é fraco e incipiente. Nunca estiveram tão claros o greenwashing de países e empresas e o desalinhamento entre ciência e política como nesta COP”, analisa Maurício Voivodic, diretor geral do WWF-Brasil. 

“A COP27 decepcionou também no trato à sociedade civil e a ausência de uma Marcha do Clima nas ruas da cidade é a maior evidência do quanto a liberdade dos cidadãos foi cerceada pelo governo egípcio”, completa.

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Integrantes dos GTs de Meio Ambiente e Povos Originários da transição de governo são anunciados

Governo atendeu pedido de organizações indígenas

Crédito: Reprodução / Redes Sociais

17 nov 22

Integrantes dos GTs de Meio Ambiente e Povos Originários da transição de governo são anunciados

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), que coordena a transição de governo, anunciou novos nomes de equipes técnicas, incluindo os grupos de trabalho de Meio Ambiente e Povos Originários.

No grupo do Meio Ambiente está a ex-ministra Marina Silva (Rede), que chefiou a pasta do mesmo tema no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre 2003 e 2008 e foi eleita deputada federal por São Paulo neste ano. Além de Marina, outros ex-ministros do Meio Ambiente foram anunciados para compor o grupo temático: Carlos Minc, ministro no governo Lula entre 2008 e 2010; e Izabella Teixeira, ministra entre 2010 e 2016, entre os governos de Lula e de Dilma Rousseff (PT).

No grupo dos Povos Originários foram nomeados 10 participantes, mas, no dia seguinte, a APIB – Articulação dos Povos Indígenas Brasileiros reivindicou a inclusão de mais cinco nomes, que foi prontamente aceita. Os nomeados incluem Joênia Wapichana, primeira mulher indígena a ser eleita deputada federal, e as deputadas federais eleitas Célia Xakriabá e Sônia Guajajara.

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COP27: Lula cobra recursos de países ricos e diz que combate à crise do clima será prioridade

Lula prometeu zerar o desmatamento nos biomas brasileiros

Crédito: Ricardo Stuckert/PT

16 nov 22

COP27: Lula cobra recursos de países ricos e diz que combate à crise do clima será prioridade

O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse na COP27, a conferência das Nações Unidas sobre clima, que “não medirá esforços para zerar o desmatamento de nossos biomas até 2030”. Segundo ele, todos os crimes ambientais vão ser combatidos “sem trégua”.

Ele também ressaltou que pretende resgatar alianças com países da América do Sul e da África, e anunciou oficialmente o retorno do Fundo Amazônia, paralisado desde 2019 após o governo atual modificar sua estrutura e mecanismos de gestão.

O presidente eleito criticou ainda a falta de compromisso de financiamento para as mudanças climáticas e a limitação das Nações Unidas em resolver as questões climáticas: “Em 2009, os países presentes à COP 15 em Copenhague comprometeram-se em mobilizar 100 bilhões de dólares por ano, a partir de 2020, para ajudar os países menos desenvolvidos a enfrentarem a mudança climática. Este compromisso não foi e não está sendo cumprido”, cobrou.

Lula ainda se reuniu com juventudes, lideranças dos movimentos negro e indígena e organizações da sociedade civil.

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Petrobras insiste em começar exploração na foz do Amazonas ainda em 2022

Empresa pode atropelar processos de licenciamentos ambiental

Crédito: Flickr – Airton Morassi

3 nov 22

Petrobras insiste em começar exploração na foz do Amazonas ainda em 2022

A direção da Petrobras quer iniciar ainda neste ano a exploração de petróleo no litoral do Amapá, mesmo sem ter cumprido todas as fases necessárias para o licenciamento ambiental. Ambientalistas e representantes do Ministério Público Federal alertam que a Petrobrás não realizou todos os estudos de impacto ambiental nem concluiu as consultas prévias às diversas comunidades indígenas e ribeirinhas que podem ser afetadas pela operação.

Outra decisão da cúpula da Petrobrás também gerou resistência da sociedade civil. O conselho de administração aprovou a distribuição de R$ 43,7 bilhões em dividendos relativos ao 3º trimestre do ano. Sindicatos e representantes de trabalhadores da Petrobras ameaçam ir à Justiça para impedir esse pagamento antes do começo do próximo governo. “Qualquer decisão sobre dividendos deveria caber à futura administração da empresa, e já considerando as diretrizes de um novo controlador”, disse o escritório de advocacia Garcez, que representa os petroleiros.

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Noruega e Alemanha anunciam volta do Fundo Amazônia com Lula

Dos R$ 3,4 bilhões já doados ao fundo, 94% são provenientes da Noruega

Foto: Felipe Werneck/Ibama

2 nov 22

Noruega e Alemanha anunciam volta do Fundo Amazônia com Lula

Poucas horas após a confirmação do resultado do 2º turno das eleições presidenciais no Brasil, o governo da Noruega confirmou que pretende retomar a destinação de recursos para o Fundo Amazônia, paralisada desde 2019 por conta de divergências administrativas com a gestão de Jair Bolsonaro.

“Conversaremos com a equipe dele [Lula] para preparar as formalidades e montar uma estrutura de gestão”, prometeu o ministro do clima e meio ambiente da Noruega, Espen Barth Eide. “Há quantias significativas congeladas em uma conta do Brasil no Fundo Amazônia que podem ser desembolsadas rapidamente”.

Depois da Noruega, o governo da Alemanha sinalizou sua disposição em descongelar os repasses financeiros a partir da posse do presidente eleito Lula. Jochen Flasbarth, secretário de estado do ministério para cooperação e desenvolvimento do país, afirmou que o governo do chanceler Olaf Scholz “está pronto para se engajar novamente no Brasil junto com nossos colegas noruegueses em apoio ao Fundo Amazônia”.

A retomada do Fundo Amazônia será vital para o governo Lula tirar do papel a promessa de zerar o desmatamento na próxima década. Em um cenário de forte corte orçamentário na área ambiental – que vem desde o final do governo Dilma Rousseff, mas foi intensificado sob Bolsonaro – a chegada de recursos internacionais pode fechar a equação contábil para viabilizar a fortalecimento da fiscalização e do monitoramento, bem como o incentivo a projetos de desenvolvimento sustentável que favoreçam a floresta em pé.

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Brasil tem maior alta na emissão de gases em quase 20 anos

Eventos climáticos extremos se espalharam pelo país no início do ano

Crédito: Arquivo /Agência Brasil

1 nov 22

Brasil tem maior alta na emissão de gases em quase 20 anos

O nível de emissões de gases de efeito estufa no Brasil teve em 2021 a maior alta desde 2003, de acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima. O crescimento no ano passado atingiu 12,2% e foi puxado por desmatamento, energia e agropecuária.

Este também é o quarto ano seguido que o Brasil registra alta nas emissões. O quadro coloca o país como o quinto maior emissor mundial, com 4% do total, atrás de China (23,7% do total), Estados Unidos (12,9%), Índia (6,5%) e Rússia (4,2%).

Segundo Tasso Azevedo, coordenador do SEEG, o balanço de dez anos do Sistema mostra que o Brasil teve uma década perdida para controlar sua poluição climática. “Desde a regulamentação da Política Nacional sobre Mudança do Clima, em 2010, nós estamos patinando. Não apenas não conseguimos reduzir nossas emissões de maneira consistente, como as aumentamos nos últimos anos, e de forma expressiva”.

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Desmatamento Zero: Lula vai à COP27 e promete retomar protagonismo brasileiro na pauta ambiental

A preservação da Amazônia é central para a reconstrução da política internacional do Brasil

Crédito: Sérgio Vale/Secom/AC

1 nov 22

Desmatamento Zero: Lula vai à COP27 e promete retomar protagonismo brasileiro na pauta ambiental

As políticas ambientais e a preservação da Amazônia estiveram presentes no discurso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente eleito falou que o Brasil “está pronto para retomar o protagonismo na luta contra a crise climática” e que o próximo governo vai “lutar pelo desmatamento zero na Amazônia”.

A preservação da Amazônia é central para a reconstrução da política internacional do Brasil, bem como a imagem do país no exterior. Ao receber os cumprimentos de presidentes e primeiros-ministros, Lula ouviu sobre a necessidade de o Brasil reestruturar suas ações de proteção da Amazônia.

Lula já aceitou o convite do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal e participa da Conferência do Clima de Sharm El-Sheikh (COP27), no Egito. Lula também foi convidado pelo presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, para participar da COP. Em comunicado, o líder egípcio afirmou que “confia na capacidade do Brasil de desempenhar um papel positivo durante a Conferência para promover a ação climática na arena internacional”.

Além disso, Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo estão dialogando para criar a “Opep das Florestas Tropicais”. Os 3 países juntos abrigam 52% das florestas tropicais primárias remanescentes no mundo, cruciais para evitar a catástrofe climática.

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Lula derrota Bolsonaro e é eleito presidente do Brasil

Lula prometeu zera o garimpo em terras indígenas

Crédito: Reprodução via O Eco

30 out 22

Lula derrota Bolsonaro e é eleito presidente do Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu o segundo turno das eleições para Luís Inácio Lula da Silva (PT) por 50.9% a 49.1% dos votos válidos. É a primeira vez que um presidente brasileiro fracassa em conseguir a reeleição desde o fim da ditadura militar.

A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (REDE), que foi uma das responsáveis pela queda de mais de 70% do desmatamento na Amazônia durante o governo Lula, fez parte da campanha e está cotada para assumir novamente a pasta.

Durante a campanha, Lula se comprometeu com a pauta ambiental, com o combate ao garimpo em terras indígenas e com a criação de um ministério dos Povos Originários. O Política por Inteiro elencou 401 atos do Poder Executivo Federal entre 2019 e 2022 a serem revogados ou revisados para reconstituição da agenda climática e ambiental brasileira.

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O Eco 

 

Em 10 meses, Amazônia bate recorde anual de desmatamento

Desmatamento e agropecuária são as principais causas

Crédito: Christian Braga/Greenpeace

28 out 22

Em 10 meses, Amazônia bate recorde anual de desmatamento

O ano de 2022 não terminou, mas a Amazônia já experimenta seu ano-calendário mais devastador da série histórica. De acordo com o sistema DETER/INPE, o acumulado de alertas de desmatamento entre 1º de janeiro e 21 de outubro é de 9.277 km2. Com dois meses até o final efetivo deste ano, o total de área afetada pelo desmatamento em 2022 já supera o total do pior ano dos registros até aqui, 2019, quando os alertas somaram 9.178 km2.

Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, afirma que o desmatamento na Amazônia está fora de controle e o cenário para o crime ambiental “nunca foi tão favorável”. “Não existe nenhuma ação do governo federal para frear o desflorestamento na Amazônia. Diminuí-lo não é uma preocupação do governo Bolsonaro”, explicou.

Além disso, a Amazônia também bateu um novo recorde de desmatamento em setembro, com alta de quase 50% em comparação ao ano anterior.

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Estudo do ISA aponta que garimpo impede progresso social da Amazônia

Garimpo também foi responsável pelo avanço da Covid-19 nas TIs

Crédito: Marcos Amend/Greenpeace

18 out 22

Estudo do ISA aponta que garimpo impede progresso social da Amazônia

De acordo com análise do Instituto Socioambiental (ISA), municípios com presença de garimpeiros têm condições de vida piores do que a média da região. O Índice de Progresso Social (IPS) médio dos municípios afetados pelo garimpo é 4% menor do que a média da Amazônia e 20% menor do que a média nacional.

“Isso desmonta a narrativa dos garimpeiros e dos grupos ilegais, que dizem que a atividade traz retorno econômico, com geração de emprego e de benefícios para a cidade. A gente vê que é exatamente o oposto. Se há benefício financeiro, esse recurso não está ficando no município. Vai para algum lugar, e no município só ficam o impacto ambiental e a necessidade do poder público gastar dinheiro para reparar os danos” afirma Antonio Oviedo, assessor do ISA, e autor do estudo, ao lado de Victor da Silva Araújo.

Em toda a Amazônia Legal, cerca de 6 milhões de pessoas, espalhadas em pelo menos 216 municípios, sofrem com os efeitos do garimpo ilegal. Desmatamento, perda da biodiversidade, contaminação por mercúrio e aumento da violência e de doenças são alguns dos principais problemas causados pela atividade.

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Eleitos em 2022 somam R$ 24 milhões em multas ambientais

Equipe do Ibama combate desmatamento e garimpo ilegal na TI Tenharim do Igarapé Preto (AM), em 2018.

Vinícius Mendonça/Ibama/via CC BY-SA 2.0

15 out 22

Eleitos em 2022 somam R$ 24 milhões em multas ambientais

Um levantamento da Folha de S. Paulo mostrou que um total de 34 pessoas eleitas em 2 de outubro devem R$ 23,8 milhões em multas ambientais, de acordo com base da dados do Ibama.

O PL, partido de Bolsonaro, ao lado do PSD e do União Brasil são as siglas com maior número de multados, com cinco cada. A maior parte dos infratores são encontrados pelo levantamento estão nas assembleias estaduais e na Câmara dos Deputados, mas também constam senadores e governadores.

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Emissões de carbono dobram na Amazônia sob Bolsonaro "principalmente por conta do desmonte", diz estudo

Aumento de emissões em 2020 foi de 122%

Crédito: Christian Braga/Greenpeace

21 set 22

Emissões de carbono dobram na Amazônia sob Bolsonaro “principalmente por conta do desmonte”, diz estudo

Um grupo de pesquisadores brasileiros ligados ao Inpe (Instituto Nacional  de Pesquisas Espaciais) submeteu um artigo à revista científica Nature que afirma que as emissões de carbono dobraram sob Bolsonaro, especificamente entre 2019 e 2020, quando comparado à 2010 à 2018. A principal razão das emissões foi ação humana impulsionada pelo desmonte da fiscalização e governança ambiental, diz o estudo, que avaliou a perda da capacidade da maior floresta tropical do mundo atuar como um sumidouro de carbono e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Segundo a pesquisa, liderada pela química Luciana Gatti, o efeito foi semelhante ao estragado causado em 2010 e 2015/16 pelo El Niño, um fenômeno climático que torna a Amazônia mais seca e inflamável. Em 2019, o aumento das emissões doi de 89%. Em 2020, de 122%. Dados mais recentes mostram que recordes seguiram sendo batidos em 2021 e 2022, possivelmente agravando este quadro.

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