• Agro
  • Água & Saneamento
  • Desinformação
  • Exploração & Controle
  • Florestas & Uso do Solo
  • Geopolítica
  • Pesquisa
  • Petróleo
  • Povos Indígenas & Comunidades Tradicionais
  • Sociedade Civil
  • Violência
  • Atores
Clima Extremo deixa Manaus com oito mortos e rastro de destruição

Prefeitura de Manaus atende famílias atingidas pelo extremo climático.

Crédito: Márcio Melo / Seminf

12 mar 23

Clima Extremo deixa Manaus com oito mortos e rastro de destruição

Um deslizamento de terra em Manaus, no último domingo (12), atingiu 11 casas do bairro Jorge Teixeira, na zona leste da cidade, resultando em oito mortos. A tragédia decorrente de fortes chuvas levou o prefeito David Almeida a decretar estado de calamidade pública.

De acordo com um estudo da rede colaborativa de ONGs MapBiomas, Manaus é a cidade com a maior expansão das áreas urbanizadas em assentamentos precários no Brasil. O estudo aponta que a região onde ocorreu a tragédia não estava cadastrada como área de risco, apesar de estar dentro de um assentamento precário delimitado pelo IBGE.

O MapBiomas destaca que as ações humanas têm provocado grandes alterações no meio ambiente, o que tem gerado extrema preocupação entre estudiosos e defensores do meio ambiente. Desde 1985, a ocupação urbana em áreas de risco em Manaus aumentou em cerca de 1.319 hectares, equivalente a 10 mil campos de futebol. Manaus concentrou mais de 36% de toda a ocupação de áreas de risco no estado.

Fontes:
Em meio ao colapso climático, PIB da Agropecuária tem queda de 1,7% em 2022 puxado pela soja

A tapeçaria do agronegócio vista de sobrevoo de área em Mato Grosso

Crédito: Pedro Biondi

2 mar 23

Em meio ao colapso climático, PIB da Agropecuária tem queda de 1,7% em 2022 puxado pela soja

A agropecuária brasileira encerrou 2022 com retração de 1,7% na comparação com 2021. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta quinta-feira (2) o relatório do Produto Interno Bruto (PIB) do 4º trimestre e de todo o ano passado.

“A soja, principal produto da lavoura brasileira, com estimativa de queda de produção de 11,4%, foi quem mais puxou o resultado da Agropecuária para baixo no ano, sendo impactada por efeitos climáticos adversos”, explicou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, em nota.

Estudo da revista Nature provou clara correlação entre desmatamento e redução do volume de chuvas. Os pesquisadores constataram que quanto mais floresta é removida de áreas tropicais, menos os fazendeiros locais terão chuva para suas lavouras e pastos. O artigo aumenta os temores de que a degradação da Amazônia esteja chegando a um ponto crítico, após o qual a floresta tropical não será mais capaz de gerar sua própria chuva e a vegetação secará.

Fontes:
Desmatamento na Amazônia cai 61% em janeiro, mas Cerrado teve queda de apenas 10%

O desmatamento no Cerrado mais que dobrou em relação à Amazônia.

Crédito: Marcos Vergueiro/Secom-MT

10 fev 23

Desmatamento na Amazônia cai 61% em janeiro, mas Cerrado teve queda de apenas 10%

O desmatamento na Amazônia Legal apresentou uma redução de 61% em janeiro de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área agregada de desmatamento na região foi de 167 km², contra 430 km² em janeiro de 2022.

Por outro lado, o desmatamento no Cerrado Brasileiro mais que dobrou em relação à Amazônia, alcançando 441,85 km² em janeiro.  A área de Cerrado desmatada apresentou queda de 10% em comparação com igual período do ano passado, quando o registro ficou em 491,64 km². Apesar disso, o perímetro desmatado é maior do que a cidade de Curitiba inteira – a capital do Paraná tem 434,892 km²

Fontes:
Além do desmatamento: 38% da Floresta Amazônica é afetada por outras formas de degradação

Áreas de degradação e desmatamento no município de Careiro da Várzea, no Amazonas próximo às Terras Indígenas do povo Mura

Crédito: Alberto César Araújo/Amazônia Real

30 jan 23

Além do desmatamento: 38% da Floresta Amazônica é afetada por outras formas de degradação

Mais de um terço da Floresta Amazônica já é afetada pela seca, por incêndios, pela extração de madeira e pelos chamados efeitos de borda, segundo estudo publicado nesta quinta-feira na revista científica Science

Com autoria de 35 pesquisadores brasileiros e estrangeiros, o estudo diferencia o desmatamento e a degradação. Enquanto, no primeiro, a floresta sofre grande alterações para dar lugar a um novo uso — por exemplo, uma área que é queimada para virar pasto —, a degradação se diferencia por envolver alterações mais contidas na cobertura florestal e por não ter o objetivo de transformar o uso daquela terra.

Degradação inclui os incêndios; a seca (intensificada pelas mudanças climáticas); a extração seletiva de madeira (legal ou ilegal; “seletiva” porque são retiradas algumas árvores que são interessantes comercialmente, deixando outras em pé); e os chamados efeitos de borda (mudanças nas florestas próximas a áreas desmatadas, portanto uma consequência direta do desmatamento).

O estudo estima que 38% da Floresta Amazônica é hoje afetada por algum tipo de degradação. “A área degradada na Amazônia e as emissões de carbono de degradação são iguais ou até maiores do que as de desmatamento”, afirmou à BBC News Brasil o líder do estudo, David Lapola, pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e doutor pela Universidade de Kassel, na Alemanha.

Fontes:

BBC

Incêndios florestais crescem 14% em 2022, aponta relatório do Mapbiomas

Incêndios florestais se concentraram na Amazônia e no cerrado em 2022

Crédito: Christian Braga / Greenpeace

27 jan 23

Incêndios florestais crescem 14% em 2022, aponta relatório do Mapbiomas

Em 2022, o Brasil perdeu para o fogo mais de 163 mil km² de florestas, o equivalente ao estado do Acre (152.581 km²). A área representa um aumento de 14% em relação aos 142,8 mil km² registrados no ano anterior. Os dados são do Monitor do Fogo, da plataforma Mapbiomas em parceria com o Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).

A maioria das queimadas foi registrada na Amazônia e no Cerrado (juntos, os dois biomas têm 95% da área destruída). Os incêndios se concentraram em regiões campestres e de savana (43%), formações que são encontradas no cerrado, enquanto 25,4% da área atingida era de pastagens.

Considerando apenas dezembro, a alta nos incêndios foi de 93%, na comparação com o mesmo mês de 2021: foram 3.327 km² de área queimada no ano passado, comparado a 1.748 km² em 2021.

Fontes:
Terras indígenas com povos isolados são as mais ameaçadas da Amazônia, aponta estudo do Ipam

Indígenas isolados em aldeia localizada no estado brasileiro do Acre.

Gleilson Miranda / Governo do Acre

11 jan 23

Terras indígenas com povos isolados são as mais ameaçadas da Amazônia, aponta estudo do Ipam

As Terras Indígenas (TIs) da Amazônia com a presença de povos isolados (que têm pouca ou nenhuma interação com grupos de fora) são as mais ameaçadas do bioma, de acordo com o g1. A constatação é de um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) em conjunto com a Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira).

Fontes:
Desmatamento em novembro na Amazônia tem alta de 123%

Cifra é a segunda pior da série histórica

Crédito: Nilmar Lage/Greenpeace

12 dez 22

Desmatamento em novembro na Amazônia tem alta de 123%

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (DETER/INPE) revelaram que o desmatamento na Amazônia em novembro alcançou 555 km², um aumento de 123% em relação ao mesmo mês em 2021 e o segundo pior da série histórica, perdendo apenas para 2020.  A área devastada é do tamanho da cidade de Belém, capital do Pará.

No eixo da BR-319, o munícipio de Lábrea (AM) teve a maior área com alertas de desmatamento, atingindo 209 quilômetros quadrados. A rodovia teve sua construção retomada no governo Bolsonaro e ajudou a consolidar o sul do Amazonas como a nova fronteira do desmatamento.

Fontes:
Explosão do garimpo na TI Yanomami contamina peixes de rios de Roraima; governo ignora 21 pedidos de ajuda

Consumo de peixes, base da alimentação na região, não é recomendada para mulheres grávidas e crianças

Crédito: Bruno Kelly/HAY

22 ago 22

Explosão do garimpo na TI Yanomami contamina peixes de rios de Roraima; governo ignora 21 pedidos de ajuda

Um estudo de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Socioambiental (ISA), Instituto Evandro Chagas e Universidade Federal de Roraima (UFRR), mostrou que pescados de três de quatro pontos da Bacia do Rio Branco apresentam níveis de mercúrio maiores do que o limite apontado como seguro pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo os pesquisadores, quanto mais próximo da Terra Indígena (TI) Yanomami, maiores os riscos. “As altas taxas de contaminação observadas, provavelmente, são decorrentes dos inúmeros garimpos ilegais de ouro instalados nas calhas dos rios Mucajaí e Uraricoera”, diz o estudo.

Um levantamento publicado no The Intercept Brasil mostra que o governo Bolsonaro ignorou 21 pedidos de ajuda da Hutukara Associação Yanomami. Os documentos denunciavam a chegada de garimpeiros, criminosos e o avanço de doenças e da fome na região.

O garimpo na TI explodiu durante o governo Bolsonaro. Um relatório da Hutukara Associação Yanomami mostra que o garimpo na TI Yanomami, no Amazonas e Roraima, triplicou nos últimos três anos.

Fontes:
Desmatamento na Amazônia cresce 22% em fevereiro e bate novo recorde

Área desmatada é quase do tamanho da cidade de Natal (RN)

Crédito: Vinícius Mendonça/Ibama/via Agência Senado

8 mar 22

Desmatamento na Amazônia cresce 22% em fevereiro e bate novo recorde

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram um aumento de 22% no mês de fevereiro em relação ao período no ano passado, apontam dados parciais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Até o dia 25 de fevereiro, foram desmatados 149,88 km², a segunda maior área para o mês desde 2016.

Esse é o segundo recorde consecutivo de devastação do bioma em 2022. Em janeiro, a Amazônia teve 430,44 km² de sua área com alertas de desmatamento, número quatro vezes maior quando comparado a janeiro de 2021, e o pior desde 2016, também de acordo com o INPE.

Fontes:
Queimadas aumentam 116% na Amazônia entre junho e julho

Fogo atingiu terras indígenas, florestas públicas e parques nacionais

Crédito: Vinícius Mendonça/Ibama

4 ago 21

Queimadas aumentam 116% na Amazônia entre junho e julho

Mesmo com o decreto presidencial de 29 de junho que proibiu o uso do fogo como prática florestal por 120 dias em território nacional, dados do Inpe apontam que julho registrou um aumento de 116% do número de queimadas em relação ao mês anterior. Foram 4.977 focos de calor, sendo mais metade nos estados amazônicos do Pará (1.372 focos) e Amazonas (1.173 focos).

O decreto de Bolsonaro foi uma tentativa de resposta pública à previsão de aumento das queimadas em regiões como a Amazônia e o Pantanal em função do início do período de seca, considerada esse ano uma das mais intensas já registradas no país.

Fontes:
Estudo aponta que Amazônia emite mais CO2 do que absorve

Papel do bioma na regulação do clima está ameaçado, indica estudo

Crédito: Vinícius Mendonça/Ibama/via CC BY-SA 2.0

15 jul 21

Estudo aponta que Amazônia emite mais CO2 do que absorve

Um estudo realizado pelas pesquisadoras Luciana Gatti, Luana Basso e Raiane Neves, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indica que a Amazônia brasileira agora emite mais dióxido de carbono (CO2) do que absorve. O desmatamento e as grandes queimadas por ação humana são apontados pelas cientistas como as principais causas para a mudança.

A pesquisa, publicada na revista científica Nature, foi realizada entre 2010 e 2018 e identificou quatro pontos principais do bioma que emitem 410 milhões de toneladas métricas de CO2 por ano. O mais preocupante é o trecho entre o sul do Pará, região dominada pelo agronegócio, palco do chamado”Dia do Fogo”, em agosto de 2019, e o norte do Mato Grosso.

Fontes:
Exonerado por Bolsonaro, ex-diretor do Inpe recebe prêmio internacional de responsabilidade científica

No ano de sua saída, Ricardo Galvão esteve entre os dez cientistas mais importantes do ano pela revista Nature

Crédito: SEESP/via

8 fev 21

Exonerado por Bolsonaro, ex-diretor do Inpe recebe prêmio internacional de responsabilidade científica

Ricardo Galvão, ex-diretor do Inpe, exonerado por Bolsonaro em 2019 após reagir às críticas do presidente a respeito dos dados do instituto que indicavam aumento do desmatamento, venceu o prêmio internacional Responsabilidade e Liberdade Científica 2021 da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS).

A láurea “homenageia cientistas que demonstraram liberdade científica e responsabilidade em circunstâncias particularmente desafiadoras, às vezes em risco para sua segurança profissional ou física”, diz o site da instituição. Segundo Jessica Wyndham, diretora do Programa de Responsabilidade Científica, Direitos Humanos e Direito da AAAS, o físico  “agiu para proteger o bem-estar do povo brasileiro e da imensa maravilha natural que é a floresta amazônica, um patrimônio mundial.”

 

Fontes:
Aeronáutica compra satélite de R$ 175 milhões para a Amazônia sem licitação e com contrato sigiloso

Especialista vê na decisão manobra para deslegitimar dados do Inpe sobre desmatamento

Créditos: Inpe/Reprodução/via G1

31 dez 20

Aeronáutica compra satélite de R$ 175 milhões para a Amazônia sem licitação e com contrato sigiloso

A Aeronáutica brasileira assinou um contrato de US$ 33,8 milhões – cerca de R$ 175 milhões, considerando o câmbio de 30 de dezembro – com uma empresa finlandesa para a compra de uma satélite, sem licitação, cujo contrato foi classificado como “reservado”, conforme justificativa dada à corporação ao pedido de acesso feito jornalista Rubens Valente, do UOL.

Além das irregularidades envolvidas no processo e da eficácia questionável do dispositivo para o monitoramento da floresta, o cientista Gilberto Câmara, diretor do Inpe entre 2005 a 2012, chama a atenção para a possível motivação política da compra. “É uma conversa mal explicada e que só tem, para mim, uma justificativa: os militares querem dizer que também têm a capacidade de medir o desmatamento para eventualmente desconsiderar o dado do Inpe. Para mim é a mesma história, que já vem de algum tempo. O dado do desmatamento incomoda os militares, que querem ter o controle sobre ele. Esse gasto não se justifica, é um absurdo. No país da covid-19 estamos jogando fora R$ 175 milhões quando o governo não tem nem seringa para dar vacina”, declarou ao UOL.

Como pano de fundo da fala de Câmara estão os constantes ataques de militares e outras figuras do governo, incluindo o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, contra o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais em função dos dados fornecidos pela entidade sobre o desmatamento da Amazônia.

Fontes:
Covid-19: vírus chega a indígenas isolados no Vale do Javari (AM); garimpo ilegal é vetor

APIB volta a denunciar negligência do governo com a saúde indígena

Crédito: APIB/Reprodução

23 out 20

Covid-19: vírus chega a indígenas isolados no Vale do Javari (AM); garimpo ilegal é vetor

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) e a Associação dos Kanamari do Vale do Javari (Akavaja), por meio de nota da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), alertam para a chegada da Covid-19 na aldeia Jarinal, extremo leste da Terra Indígena Vale do Javari (AM). A notícia alerta sobre a ameaça a diferentes grupos de indígenas isolados que se concentram no alto Rio Jataí, onde está localizada a aldeia.  

Com o primeiro caso de contaminação na TI Vale do Javari confirmado pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), as organizações indígenas apontam o descumprimento, por parte do governo federal, da liminar emitida pelo ministro Luís Roberto Barroso e referendada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a criação de barreiras sanitárias para conter o avanço da Covid-19 entre povos isolados. Fruto da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, movida pela APIB e partidos políticos, a decisão do STF contempla justamente a região leste da TI Vale do Javari. As barreiras deveriam ter sido implementadas até 30 de setembro, mas isso não aconteceu. Além da ausência dos bloqueios sanitários, a invasão de garimpeiros na região é outro vetor de contaminação de Covid-19 que vem sendo denunciada há meses.

O estudo “Is deforestation spreading COVID-19 to the indigenous peoples?”[Estará o desmatamento espalhando Covid-19 entre os povos indígenas], do economista Humberto Laudares, pesquisador afiliado à Universidade de Genebra, na Suíça, aponta para a relação direta entre o desmatamento e o garimpo ilegal em meio à pandemia com os casos de contaminação de coronavírus entre a população indígena. Os resultados, publicados no boletim Covid Economics, do Centre For Economic Policy Research, trazem dados alarmantes: o avanço do destamento e do garimpo ilegal, monitorado em mais de 5.000 municípios brasileiros, está associado a pelo penos 22% dos casos confirmados de Covid-19 entre indígenas até 31 de agosto de 2020. Um aumento de unidade no desmatamento, de 100 km2, está associado, em média, com a confirmação de 2,4 a 5,5 novos casos diários de contaminação em indígenas, segundo as estimativas do estudo.

Fontes:
Governo declara guerra ao Inpe por monitorar desmatamento

Vice-presidente volta a atacar monitoramento do Inpe

Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil

20 set 20

Governo declara guerra ao Inpe por monitorar desmatamento

O vice-presidente Hamilton Mourão acusou funcionários do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) de fazer oposição ao governo federal. Segundo Mourão, em declaração dada no dia 15 de setembro, dados positivos sobre a redução de queimadas não seriam divulgados pelo instituto, órgão federal responsável por monitorar o desmatamento no país. “Alguém ali de dentro faz oposição ao governo. Eu estou deixando muito claro isso aqui”, disse. Para o militar, dados oficiais mostram que, até o final de agosto, o país registrou 5 mil focos de incêndio a menos que no mesmo período do ano passado. Porém, informações do Inpe para os primeiros 14 dias de setembro contrariam o discurso do vice, mostrando que houve mais queimadas na Amazônia no período (20.485 focos) do que em todo mês de setembro de 2019 (19.925 focos). 

 

Segundo especialistas na área de monitoramento florestal, o sistema implantado pelo Inpe no Brasil é único no mundo, permitindo acompanhamento em tempo real, transparência dos dados e participação da sociedade civil. 

 

Além dos ataques vindos da presidência, em um processo no Tribunal de Contas da União (TCU) o sobre a compra de imagens de satélite, a Polícia Federal, declarou, em ofício, que o Inpe provoca desinformação contra novas iniciativas de monitoramento para não perder a hegemonia da narrativa e do conhecimento do desmatamento no Brasil. A PF ainda acusou o trabalho do Inpe de ser insuficiente e de não atender a segurança pública. No dia 19, a ministra Ana Arraes, do TCU, suspendeu o contrato da PF com a empresa de satélites Planet, alegando que o sistema não agrega vantagens em relação à tecnologia já usada pelo Inpe. O acordo da PF com a Planet custou R$ 49 milhões e foi bancado pelo Ministério da Justiça.

Três dias depois, o Ministério do Clima e Meio Ambiente da Noruega anunciou a assinatura de um contrato internacional com a Kongsberg Satellite Services que, juntamente com as empresas Planet (a mesma da Polícia Federal) e Airbus fornecerá acesso universal e gratuito ao monitoramento por satélite das florestas tropicais no mundo, incluindo o Brasil. Segundo o governo norueguês, a Planet fornecerá mapas de alta resolução e dados atualizados mensalmente, de forma gratuita para visualização e download, conforme informe do portal O Eco

Fontes:
Fumaça em Manaus reflete recorde de queimadas no Amazonas e no Pará

No início de setembro, o Amazonas registrou grande aumento de focos de calor

Crédito: Bruno Kelly/Amazônia Real/CC by SA

9 set 20

Fumaça em Manaus reflete recorde de queimadas no Amazonas e no Pará

Na primeira semana de setembro, Manaus, capital do Amazonas, foi coberta por extensa nuvem de fumaça proveniente de queimadas em diferentes pontos da Amazônia. Os índices de focos de incêndios florestais na região vêm batendo recordes históricos desde julho. De acordo com reportagem do Amazônia Real, entre 1º e 8 de setembro de 2020, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou no Amazonas 2.002 focos, um número 170% superior ao mesmo período em 2019, quando o estado teve 742 focos. O Pará teve aumento mais expressivo, com 3.468 focos de queimadas, um aumento de 253%  quando comparado ao ano anterior (983 focos). Os registros do Inpe e outras instituições consultadas detectaram concentração de queimadas nos municípios de Novo Progresso, São Félix do Xingu e Altamira, no Pará, e Lábrea, Apuí e Boca do Acre, no Amazonas.

Fontes:
Covid-19: Garimpos ilegais expõem 40% dos Yanomami à pandemia

Garimpos são principal vetor de Covid-19 nos territórios indígenas

Crédito: Leonardo Prado/PG/Fotos Públicas

2 jun 20

Covid-19: Garimpos ilegais expõem 40% dos Yanomami à pandemia

O estudo “O impacto da pandemia na Terra Indígena Yanomami: #ForaGarimpoForaCovid”, feito pelo Instituto Socioambiental (ISA) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), aponta que quase 40% dos Yanomami que vivem em áreas próximas às zonas de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY) podem contrair Covid-19. Os garimpeiros são vistos pela organização como o principal vetor de transmissão da pandemia dentro do território. A publicação concluiu que  a Terra Indígena Yanomami é a mais vulnerável da Amazônia ao novo coronavírus. O alto grau de vulnerabilidade social, a estrutura precária de saúde oferecida à população e o histórico de doenças respiratórias, que vêm se agravando ao longo dos anos, são alguns dos principais motivos.

Fontes:
Covid-19: Garimpo avança em terras indígenas durante a pandemia

Lado brasileiro da margem do Rio Oiapoque, usado como rota por garimpeiros

Crédito: OBORÉ/Repórter do Futuro/Bruno Huberman/via CC

1 abr 20

Covid-19: Garimpo avança em terras indígenas durante a pandemia

A coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica) e o WWF receberam denúncias sobre o aumento do fluxo de garimpeiros brasileiros na região do Rio Oiapoque, no Amapá, rumo à Guiana Francesa. Pesquisadoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Federal do Ceará, ouvidas pela DW, apontam o Oiapoque como a principal rota do contrabando dos garimpos ilegais na Guiana Francesa. Para Claudette Labonté, presidente da Federação Parikweneh da Guiana Francesa e integrante da Coica, “a polícia baixou a guarda” em meio à pandemia. Em fevereiro, o governo brasileiro apresentou um projeto de lei que prevê regulamentar a mineração em terras indígenas.

Fontes:
Imazon aponta aumento de 74% do desmatamento na Amazônia Legal

Degradação ambiental na região cresceu 1382%

Crédito: Shubham Singh/iStock

14 fev 20

Imazon aponta aumento de 74% do desmatamento na Amazônia Legal

No “Boletim do Desmatamento da Amazônia Legal – janeiro 2020”, ONG Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) indicou um aumento de 74% do desmatamento da Amazônia Legal em relação a janeiro de 2019 . Segundo o UOL, o aumento da degradação ambiental na região foi de 1382% entre janeiro de 2019 e janeiro de 2020.

Fontes:
Desmatamento cresce no Xingu

Imagem de satélite da região sul da bacia do Xingu (MT), em junho

Crédito:

2 ago 19

Desmatamento cresce no Xingu

O desmatamento em unidades de conservação na bacia do rio Xingu, na região amazônica dos estados do Pará e do Mato Grosso, cresceu 44,7% em maio e junho de 2019, em comparação com o mesmo período em 2018. O número confirma a tendência de alta no desmatamento na Amazônia e a crescente pressão em um dos principais corredores ecológicos do bioma. Os dados foram publicados no boletim bimestral organizado pela Rede Xingu+, que reúne 24 organizações indígenas e ambientais locais. Os boletins condensam data de imagens de satélite e radares que detectam desmatamento até mesmo durante a temporada de chuvas.

Fontes:

BBC

23 notícias

Link copiado com sucesso!