22 dez 22
Da boiada à promessa de desmatamento zero: o que fizemos e o que temos por fazer
O Sinal de Fumaça começou em 2019 com um levantamento independente feito pela jornalista e ativista Rebeca Lerer, com apoio da comunicadora Julia Alves, dos principais fatos e discursos na área socioambiental a partir da eleição de Jair Bolsonaro. Em outubro de 2020, o projeto virou uma linha do tempo pública, bilíngue e interativa realizada em parceria com a Agência Lema e uma equipe editorial própria, com o jornalista e tradutor Pedro Ribeiro Nogueira.
Criado especificamente para registrar a boiada e construir a memória do desmonte bolsonarista, o site do SdF conta hoje com mais de 600 textos elaborados a partir de cuidadosa curadoria de conteúdo. A linha do tempo detalha como o projeto bolsonarista de uso da terra incentivou o crime ambiental, devastou florestas e biomas, colocou em risco a vida de povos indígenas, tradicionais e rurais, assim como comprometeu as metas do Brasil no combate à crise climática.
Nestes dois anos e meio, publicamos ainda: um especial sobre Grilagem, o relatório Governo JB: Menos 30 anos em 3; e o Guia Amazônia Legal e o Futuro do Brasil – Um raio X dos 9 estados da região entre 2018-2022. Também ‘puxamos capivaras’ de agentes da ‘boiada’ no Twitter, trazendo investigações sobre agentes chaves da destruição ambiental, fizemos coberturas e produzimos trincas temáticas para o Instagram, além de conteúdo voltado aos públicos internacionais no nosso canal em inglês, mais eventos online que reuniram mais de duas mil pessoas, com a comunicadora e ativista Marianna Olinger e agora Gabriel Siqueira.
EM 2023, SEGUIREMOS DE OLHO
Para o ano que vem, acreditamos que essa memória sistematizada pode subsidiar ações na justiça e de responsabilização dos operadores do desmonte durante o governo Bolsonaro, conforme já apontado pelo próprio grupo de transição que vem atuando desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Sem memória não há justiça e reparação.
De janeiro a abril de 2023, nos 100 primeiros dias do novo governo, vamos documentar os passos iniciais da necessária guinada política do atual contexto de descontrole do uso da terra para o prometido desmatamento zero. Também planejamos acompanhar a tropa bolsonarista eleita para o Congresso Nacional e para governos estaduais na Amazônia Legal: essa gente dará trabalho e não há direito ao esquecimento para quem pratica crimes contra a humanidade.
Entre o luto pelas imensas e irreversíveis perdas e danos socioambientais dos últimos 4 anos e a esperança por dias melhores, desejamos um bom final de para todes sobreviventes e vítimas do pesadelo bolsonarista. Que a gente chegue com força no próximo ano para juntar os cacos e construir novos caminhos rumo à justiça climática.
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